Os mestres e o ensino
de Palavra abrangem um lugar bem definido e importante no Novo Testamento,
sendo o mestre o único que é mencionado nominalmente nos três trechos do
ministério.
EFÉSIOS 4.11
11 E ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e
outros para pastores e mestres.
1 CORÍNTIOS 12.28,29
28 A uns estabeleceu Deus na igreja,
primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres,
depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos,
variedades de línguas;
29 Porventura são todos apóstolos? ou todos
profetas? são todos mestres? ou operadores de milagres?
ROMANOS 12.4-8
4 Porque, assim como
num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função;
5 Assim também nós,
conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,
6 Tendo, porém,
diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a
proporção da fé,
7 Se ministério,
dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina, esmere-se no fazê-lo;
8 Ou o que exorta,
faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com
diligência; quem exerce misericórdia com alegria.
Repetindo:
A. Os mestres e o
ensino de Palavra abrangem um lugar bem definido e importante no Novo
Testamento.
B. O mestre é o único
que é mencionado nominalmente nos três trechos do ministério.
C. Uma pessoa pode
permanecer no ofício de pastor e mestre, ou profeta e mestre, ou evangelista e
mestre, e assim por diante. Em outras palavras, pode se ocupar mais de um
ofício. Separamos os ofícios para defini-los.
1. Atos 13.1 enumera
cinco homens que eram ou profetas ou mestres, ou profetas e mestres.
ATOS 13.1
1 Havia na igreja de
Antioquia profetas e mestres:
Barnabé, Simeão por
sobrenome Niger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e
Saulo.
a. Barnabé era um mestre (Atos 11.22-26)
b. Paulo era um profeta e um mestre (Gl 1.12; Ef
3.3; 1 Tm 2.7).
c. Ambos tornaram-se apóstolos (At 14.14).
D. Alguém que é um
mestre sem ser um pastor (isto é, alguém que não tem a supervisão de um
rebanho) usualmente tem um ministério itinerante pelas igrejas (ministério
não-estacionário ou ministério de campo).
1. Se alguém é um
pastor e um mestre (e freqüentemente este é o caso), não terá necessidade de um
ministério itinerante, embora possa às vezes sair para ensinar.
E. O dom de ensino é um dom de Deus.
Deus está falando de
um ofício quando fala sobre o mestre (Rm 12.4).
Ele está falando a
respeito de homens e mulheres que são chamados por Deus, estabelecidos pelo
Espírito de Deus, para permanecerem naquele ofício e ensinarem pela capacidade
sobrenatural.
1. Temos deixado a
impressão que o dom que Ele fala são os professores de Escola Dominical.
a. A igreja primitiva não tinha Escola
Dominical. A Escola Dominical não começou até o século XVIII.
b. Naturalmente uma pessoa que conhece a Bíblia
pode ensinar o que sabe. Qualquer cristão pode e deve compartilhar com os
outros o que sabe, ensinando-os e ajudando-os. Mas isso não é o dom de ensino
que Ele está falando nestas passagens onde o dom ministerial de ensino está
relacionado.
F. O ministério de
ensino requer um dom divino.
1. Experiência pessoal.
Estive pregando por muitos anos. Não era um mestre. Rigorosamente, eu era
um pregador. Tudo que sabia era o que chamamos "mensagem
evangelística" ou salvação em sua forma mais simples. Nem mesmo tinha uma
mensagem pastoral para os santos. Mas oh, como gostava de pregar! E se posso
dizer humildemente, podia pregar como uma tempestade. O poder de Deus caía
sobre nós enquanto pregava e grandes coisas aconteciam. Eu pregava tão rápido
que as pessoas diziam: "Mais devagar. Não entendemos a metade de que você
está falando." Simplesmente fluía de mim como um rio. E realmente — na
minha imaturidade e falta de crescimento espiritual — não achava que alguém era
ungido ao menos que pudesse pregar como uma serra elétrica, movendo os braços
como um moinho de vento.
Eu não gostava de
ensinar. Embora ensinasse na classe de escola dominical da igreja que
pastoreava, nada me alegrava mais do que o término da aula da escola dominical
de modo que pudesse pregar novamente. Eu detestava tanto ensinar que só olhava
a lição que devia ensinar 45 minutos antes do início da aula.
Fiz um trabalho
razoável. A classe cresceu e as pessoas eram abençoadas. Mas ficava tão
satisfeito quando a mesma terminava, que respirava aliviado e dizia:
"Obrigado, Senhor, que terminou até a semana seguinte." Eu não
gostava de ensinar. Não fazia parte de mim.
Mas numa tarde de uma
quinta-feira em junho de 1943, na casa pastoral daquela igreja, enquanto
caminhava pela sala para o quarto, às três horas da tarde, subitamente algo foi
implantado dentro de mim.
A melhor maneira que
sei de explicar o que aconteceu é dizendo que foi como se uma ficha telefônica
fosse colocada dentro de mim. Você pode ouvir a ficha cair dentro do telefone.
Quase pude ouvir o que foi colocado em mim. E sabia que podia senti-lo. Algo
foi implantado em mim. Veio do céu.
Parei e fiquei imóvel,
porque o Espírito de Deus estava sobre mim. E, sem pensar, estas palavras
fluíram de minha boca: "Agora posso ensinar." Eu sabia o que era pelo
Espírito de Deus. Era um equipamento divino. Era uma capacitação divina para
ensinar.
Eu gosto de
experimentar as coisas — é parte de minha natureza. De modo que comecei a
exercitar o dom de ensino nas reuniões de quarta à tarde. Comecei exercitando-o
somente naquela reunião. Seis a oito mulheres reuniam-se regularmente às
quartas-feiras às 2:30 da tarde para orar.
Elas eram as
guerreiras de oração que carregavam os fardos de muitos outros. Continuamos a
orar, mas também comecei a ensinar sobre outros assuntos, exercitando o dom de
ensino.
Nunca fiz nenhuma
propaganda pública daquela reunião. As pessoas sabiam que as senhoras vinham e
oravam, mas nunca mencionei no púlpito que tinha começado a ensinar. Contudo,
aquelas mulheres disseram aos seu maridos o que estava acontecendo. Alguns
deles tiravam licença em seus serviços para virem àquela reunião. Disseram a
outros. O público cresceu. Logo o templo estava cheio às 2:30 horas da tarde de
quarta-feira — e não se via algo assim naqueles dias.
Aquilo me surpreendia.
Às vezes movia minha cabeça maravilhado porque uma unção maior permanecia sobre
mim quando permanecia ensinando calmamente do que quando pregava no topo de
minha voz, agitando os braços como um moinho de vento.
G. Um mestre não é
um mestre meramente por habilidade natural ou inclinação natural ao ensino.
1. A inclinação e a
capacidade natural podem fornecer um pano de fundo para este dom - porém o dom
de ensino não é um dom natural; é um revestimento divino para ensinar a Palavra
de Deus.
a. Conheci pessoas que
eram professores antes de nascerem de novo. Então foram salvas e cheias do
Espírito e tornaram-se professores capazes de classes bíblicas em suas
igrejas. E era certo que assim o fizessem. Mas isto não é o dom do ministério
de ensino em demonstração.
H. Nenhum ministério
de ensino no poder do Espírito é seco! Ele comunicará rios de água viva.
1. Paulo descreveu o
ministério de ensino como aquele que rega.
1 CORÍNTIOS 3.6-9
6 Eu plantei, APOLO
REGOU; mas o crescimento veio de Deus.
7 De modo que nem o
que planta é alguma coisa, NEM O QUE REGA, mas Deus que dá o crescimento.
8 Ora, o que planta e
O QUE REGA são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio
trabalho.
9 Porque de Deus somos
cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.
a. Um ministro do Evangelho estava ministrando
em uma área dos Estados Unidos famosa pelas estufas de plantas e viveiros. Um
cavalheiro idoso da igreja convidou o ministro visitante para ver a estufa onde
cultivava as plantas. O ministro ficou surpreendido com o que viu. Ele disse:
"Nunca vi um crescimento tão exuberante."
Dois anos mais tarde o
ministro voltou à área. Pediu para ser levado à estufa novamente. "No
momento em que entrei," ele disse, "pude ver que alguma coisa estava
errada." Ainda era a mesma estufa. Tinha os mesmos tipos de plantas. Mas
elas não eram tão exuberantes. Havia uma diferença notável.
"Não é como era
há dois anos. O que aconteceu?" ele perguntou aos criados. Eles sabiam o
que estava errado, e responderam: "O cavalheiro idoso que cuidava das
plantas e as regava corretamente morreu. Agora temos outra pessoa fazendo
isso."
b. Muitas obras de Deus foram arruinadas porque
o processo de irrigação não estava lá para encorajar as pessoas a permanecerem
na graça de Deus e para tornarem-se um belo jardim no Senhor.
c. Quando o processo de irrigação — isto
é, o ensino da Palavra de Deus — é por meio de um dom do ministério
chamado e equipado para ensinar, ele refrigerará e reavivará as pessoas, da
mesma forma que uma planta fica fresca e refrigerada quando é regada.
d. Se o ensino não renova, refrigera e reaviva,
então não é feito no poder do Espírito.
2. Apoio era um
mestre. A Bíblia diz que "ele os auxiliou muito".
ATOS 18.27
27 Querendo ele
percorrer a Acaia, animaram-no os irmãos, e escreveram aos discípulos para o
receberem. Tendo chegado, auxiliou muito aqueles QUE mediante a graça haviam
crido;
a. Estas pessoas já tinham crido na Palavra pela
graça — já eram salvas.
b. Colocando o seu dom de ensino em operação,
Apoio as auxiliou muito.
I. Divisões podem ser
causadas pela incredulidade e dureza de coração, mesmo quando o ensino é no
poder do Espírito baseado na Palavra de Deus.
1. No ministério de
Jesus isso aconteceu. Não aceitaram seu ensino. Numa ocasião a Bíblia diz: A
vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele (Jo
6.66).
J. Um verdadeiro
mestre do evangelho da paz nunca irá ensinar o erro doutrinai que irá dividir o
Corpo de Cristo. Ele não irá causar divisão devido ao que ensina.
K. Contudo, não
podemos abrir mão dos princípios elementares da doutrina de Cristo.
1. Em Hebreus 6.1,2
temos os princípios elementares da doutrina de Cristo. Essas coisas são
fundamentais e não podem ser comprometidas.
a. Arrependimento de obras mortas
b. Fé em Deus
c. Ensino de batismos
d. Imposição de mãos
e. Ressurreição dos mortos
f. Juízo eterno
L. Outras coisas não
são fundamentais e você não quer causar divisão.
M.Use de sabedoria
1. Não tente converter
todos os cristãos à mensagem da fé pela sua força. Alguns nunca a aceitarão.
Ame-os de qualquer maneira, porque o Senhor os ama e não esquecerá deles.
N. O trabalho de um
mestre é edificar, não despedaçar.
1. Cristo deu os mestres para a edificação
(construção) do corpo de Cristo (Ef 4.11,12).
2. Edificar significa construir. Ele não deu os
mestres para dividir o corpo.
a. Se você vê algo que está causando divisão —
mesmo que seja verdade — deve abrir mão daquilo.
b. Paulo disse à igreja de Corinto e aos
cristãos hebreus, com efeito: Há algumas coisas que eu gostaria de
dizer-lhes, mas vocês não poderiam suportar, deforma que não direi a vocês (1
Co 3.1,2; Hb 5.11-14).
Ele ainda os amava;
Eles eram nenês. Eles precisavam crescer.
O. Os mestres devem
sempre estar abertos e prontos para receber novas revelações da verdade da
Palavra de Deus.
1. A revelação marca o ministério de mestre.
2. Seja dócil. Eu não ouviria um mestre que não
quer ser ensinado.
3. Mantenha seu coração e mente humildes.
4. Mantenha uma mente aberta e esteja sempre
pronto para aprender.
5. Não seja um "sabe tudo".
a. Ainda estou aprendendo, assim como você
também está aprendendo. Não seria terrível se tudo o que soubéssemos fosse só o
que sabemos hoje?
b. Deus tem me trazido a revelação da verdade
pela Sua Palavra, e quando ela vem sinto-me tão tolo que digo a minha esposa:
"maravilha-me saber o quanto fui tão estúpido."
c. Quanto mais você aprende, mais você vê que
sabe pouco.
d. Um grande e sábio homem de Deus, W. I. Evans,
costumava dizer: "Sabemos muito pouco. Quanto mais aprendemos, mais
vemos que pouco sabemos."
P. Aqui está uma
revelação que o Senhor me trouxe. De fato, Jesus disse-me numa visão quando
apareceu-me em fevereiro de 1959 e falou-me sobre quais eram os meus ofícios
(profeta e mestre). Aquilo me surpreendeu profundamente. E ainda provou-me
pela Palavra.
Primeiro, Ele me disse
que eu havia desarrumado meu ministério ao colocar o ministério de ensino em
primeiro lugar. Tinha que colocar o ministério de profeta em primeiro lugar.
Então Ele explicou que
em todas as três ocasiões na Palavra onde os ministérios do profeta e do mestre
são mencionados, o ministério do profeta é sempre mencionado primeiro.
1. A uns Deus estabeleceu na igreja,
primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres,
depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos,
variedades de línguas (1 Co 12.28).
2. ... E ele mesmo concedeu uns para
apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para
pastores e mestres (Ef 4.11).
3. Havia na igreja de Antioquia profetas e
mestres: Barnabé, Simeão por sobrenome Niger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço
de Herodes o tetrarca, e Saulo (At 13.1).
Jesus disse: "O
ofício de mestre na igreja é mais importante do que a operação de milagres e os
dons de curar."
Então Jesus explicou o
que queria dizer com isto. O mestre é mais importante para a Igreja - para
aqueles que já são salvos. Pois é, a operação de milagres ou dons de cura com
freqüência indicam o ofício do evangelista, que não é para a Igreja, mas
para o pecador.
Para a igreja, o
ensino é mais necessário porque os santos precisam ser ensinados, edificados, e
amadurecidos pelo ensino da Palavra. Além disso, a operação de milagres e os
dons de curar (ou qualquer dom espiritual) nunca firmam um cristão na fé. Mas
ensinar a Palavra firmará.
Alguns acham que o dom
ministerial de ensino é um chamado inferior. Não é. Lembre-se: todos nós
precisamos uns dos outros.
Retirado e adaptado do Livro: Os dons do Ministério, de Kenneth Hagin (Obs
- nem toda a doutrina ensinada e aplicada por Kenneth Hagin nós concordamos.
Entretanto, quanto aos dons do ministério é um dos melhores textos escritos,
pois os cargos ministeriais foram, basicamente, estabelecidos em Efésios e isso
significa IGREJA APOSTÓLICA, NEO-TESTAMENTÁRIA e quase não se ensina a respeito
desse tema)
ORIGINAL:
"The Ministry Gifts" Kenneth Hagin
Ministries
P. O. Box 50126 Tulsa.OK 74150-0126
Traduzido do Original em Inglês "The Ministry Gifts" por:
Rogério Lima Clavello e Maria de Lourdes Magalhães d'Almeida
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