INTRODUÇÃO
O escritor de Hebreus nos ensina em sua carta no capítulo 6, verso 12,
que devemos não nos tornar negligentes, mas devemos ser imitadores dos
que pela fé e paciência herdam as promessas. Uma pessoa negligente pode
ser o mesmo que uma pessoa preguiçosa, sem forças, abatido, frouxo, entre
outros sinônimos (Dic Michaelis da Língua Portuguesa). Ora, observe que o texto
nos admoesta a não sermos assim e a dica que apresenta para deixarmos a
negligência é imitar a fé e a paciência dos que herdam as promessas ou mesmo
herdaram, pois ele aponta para homens do passado.
Imitar a fé de alguém que herda ou, se no passado, herdou a promessa, é
aprender com quem fez a vontade de Deus e, por sua vida, nos deixou um legado
de fé e vitória.
Assim, vemos em Juízes, nos capítulos 6 e 7, uma história brilhante: a
história de Gideão.
Será que um homem que liderou 300 contra 120.000 aproximadamente pode nos ensinar algo de
bom?
Alguém que começou a lutar com 32.000, ficou com 10.000 e, por fim, saiu
para lutar apenas com 300 homens, pode nos ensinar algo que seja prático as nossas vidas hoje em
dia? Claro que pode. O que ele nos ensina?
No mínimo, ele já nos seria um grande exemplo de fé. Veja que, em Hebreus
11.32, Gideão é citado como herói da Fé. Mas qual seriam os motivos que o
incluíram nesse rol de heróis do passado?
Uma breve análise a respeito de sua personalidade e de suas características
podem nos apontar algumas verdades listadas na palavra de Deus. Essas verdades, por sua vez, nos direcionam
para aquela pessoa a qual Deus usa. Deus não busca pessoas capacitadas em
plenitude. Deus junta algumas características e transforma uma simples pessoa
em alguém capaz de cumprir seus desígnios.
A seguir, serão apresentadas as características que compunham a
personalidade de Gideão e que fizeram dele um vencedor para o povo de Israel
contra o domínio midianita.
DESENVOLVIMENTO
a. Gideão era uma pessoa valorosa, corajosa.
No capítulo 6 do livro de Juízes, onde aparece a história desse homem,
no verso 12, ocorre um encontro do anjo de Deus com Gideão. O anjo chega até
ele e o chama de varão valoroso. Eu
fico admirado com a falta de visão e de revelação que muitos pregadores possuem
ao dizer que Gideão era covarde, alegando que a resposta dada por Gideão
ao anjo apontava que ele, ao contrário do que o anjo disse, era um covarde.
Gideão respondeu ao anjo o seguinte:
“Mas Gideão lhe respondeu:
Ai, Senhor meu, se o SENHOR é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é
feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não
nos fez o SENHOR subir do Egito? Porém agora o SENHOR nos desamparou, e nos deu
nas mãos dos midianitas.” (Juízes 6.13)
Quem era Gideão? Ele era o menor de sua casa e sua casa a menor em
Israel. Ele mesmo diz isso: “E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei
a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o menor na
casa de meu pai” (verso 15). Aqui não existe nenhuma indicação de covardia, ao
contrário, ele apenas mostrou que não tinha poder de combate para aquela
missão. Poder de combate refere-se aos meios que são empregados entre oponentes
em uma guerra ou em uma batalha.
Quando voltamos nossa observação para a primeira resposta de Gideão ao
anjo, podemos inferir que, não fosse sua coragem, ele jamais diria daquela
forma com o anjo. Enquanto todos estavam em sua zona de conforto, já
acostumados com a servidão aos midianitas, já habituados com o sofrimento,
Gideão estava malhando o trigo no lagar (verso 11). Observe meu amado o quão
fraca e inócua é a palavra que diz que Gideão era medroso, covarde, fraco, etc
etc.. Nem sequer lêem o texto que fala de Gideão. Se observarmos com atenção,
no verso 3 do capítulo 6 de Juízes, é claríssimo que quando algum hebreu saia
para semear eles eram atacados pelos inimigos. Veja você mesmo:
“Porque sucedia que,
semeando Israel, os midianitas e os amalequitas, e também os do oriente, contra
ele subiam.” (Juízes 6.3)
Como alguém pode imaginar que Gideão era covarde apenas pelo tipo de
resposta que deu a Deus? Ao contrário, ele já vinha sendo observado por Deus para
livrar Israel dos midianitas, pois ele tinha coragem de ir semear, mesmo
correndo risco de ser atacado. Quando a gente pensa que conhece a Bíblia ou que
possui muito conhecimento, então esquecemos que a Bíblia é a revelação de Deus
ao seu povo e não um livro como outro qualquer. Isso é que a diferencia. Se nós
tentarmos pregar a palavra, sem a revelação e o zelo do Espírito Santo
correremos sérios riscos de falar besteiras ou incorrer em erros e heresias.
Outro ponto que mostra o quanto ele era corajoso, valoroso, é que isso foi
testemunhado pelo próprio anjo. O anjo que afirmou isso. “Homem valoroso!”. Que
coisa gloriosa é ser testemunhado pelo próprio Senhor. Para aqueles que ensinam
que Gideão era covarde, estaria o anjo mentindo? Ou estaria trabalhando com
terapia motivacional?
Quero destacar um aspecto que, na atualidade, até pelo exagero e pelos
erros doutrinários existentes, tem deixado muitos pregadores com medo de falar
em fé, em milagres, em desafios, em confiança, enfim, devido a deturpações
doutrinárias, muitos deixam de pregar um Deus que cura, que liberta, que
enriquece (sim, Deus enriquece materialmente falando), um Deus que muda
situações e, com isso, o evangelho vem perdendo terreno, pois sem o poder de
Deus o evangelho deixa de ser evangelho. (veja o que Paulo diz em Rom 1.16: Porque não me envergonho do evangelho de
Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro
do judeu, e também do grego)
O que isso tem a ver com a coragem de Gideão? Tem a ver que Gideão ao
ser chamado pelo Anjo do Senhor o cobrou sobre a presença de Deus no meio do
povo de Israel. Gideão questiona o anjo sobre o que havia ser feito de Deus de
Milagres do passado. Quero ver um pregador nos dias de hoje, ao orar com um
doente e não obter qualquer resposta, olhar para o céu e dizer: “Senhor, o que
foi feito do Deus dos tempos dos apóstolos, dos tempos que Jesus aqui esteve,
que curava a todos que a Ele se chegavam?” Para dizer isso e sair da hipocrisia
da “teologia liberal” incrustada em nossos teólogos ou naqueles que relativizam
o poder de Deus, a pessoa tem que ser corajosa! Quero ver aqueles que ensinam
que Gideão era covarde se eles tem coragem de olhar para cima e perguntar a
Deus onde está o Deus que curou o paralítico na porta do Templo quando Pedro e
João subiam para orar!
Em Provérbios 24.10, diz que “se fores frouxo no dia da angústia, a tua
força será pequena”.
O Senhor olhou o coração de GIDEÃO. Deus viu que ele não era frouxo e, portanto, sua
força jamais diminuiria. O verso 14 do capitulo 6 enfatiza que o anjo olhou
para ele. Encontrou coragem naquele homem. Mesmo na adversidade, Deus sabia que
Gideão não se mostraria frouxo para a obra que Deus tinha na vida dele.
A pessoa que Deus usa é corajosa. É uma pessoa que luta mesmo na
adversidade. São essas pessoas que Deus sabe que pode usar. Quem vive em sua
zona de conforto, quem vive na religiosidade, quem vive nas suas teorias e não
deixa Deus realizar milagres, sob diversos tipos de desculpas e alegações
JAMAIS será usado por Deus.
Se você não é ainda esse tipo de pessoa, busque isso em Deus. Deus vai
te usar quando vir em você essa determinação, esse valor, essa coragem e assim
você poderá cerrar fileiras com os bravos do Senhor.
b. Gideão era uma pessoa inconformada com a situal
atual que vivia.
No verso 13 do capítulo 6, ele mostra para o anjo que não aceitava
aquela situação de escravidão. Estava ali, mas no seu coração havia um
inconformismo. Ele, claro, conhecia a história de seu povo e sabia dos feitos
de Deus a seu povo. Ele mesmo se perguntava qual a razão de Deus não operar
mais. Isso está explicado no verso 1 do capitulo 6, que era o pecado de Israel,
mas Gideão não olhou para isso. Gideão queria que o anjo lhe explicasse qual o
motivo de Deus estar com ele se eles viviam na escravidão. Quero ver um covarde
falar assim.
E você? Você está se curvando a
todas as situações que vieram para te humilhar? Observe que Gideão usou a própria
Palavra. Ele perguntou ao anjo o que havia sido feito do Deus que havia livrado
seus antepassados da escravidão do Egito.
Depois que ele disse isso, o Senhor disse a ele que era naquela
força que Deus o ia usar para libertar seu povo dos midianitas.
Interessante que Deus não o condenou. Na realidade, Deus sabia que Gideão
estava apresentando suas razões, buscando justificativas diante de Deus (Isaías
43.26). Era exatamente aquela disposição no coração de Gideão que Deus
enxergava e usaria em prol de sua obra. Se você se conforma com tudo de ruim
que cai sobre sua vida, como Deus poderá mudar isso? Fica difícil, pois o
inconformismo trará incerteza e acomodação e Deus não age nesse meio de
incertezas e acomodação. Deus usa o que tem em você. Se você é ou está
conformado com sua doença, se você aceita abertamente qualquer condenação sobre
sua vida, se você acata qualquer tipo de palavra lançada sobre sua vida, então
fica difícil para Deus entrar em funcionamento na tua vida.
Não quer dizer com isso que você vai brigar com Deus como muitos fazem
e muito menos dizer a Deus o que Ele tem que fazer. Isso não nos é autorizado
pela Bíblia, ao contrário, a Bíblia nos orienta que o vaso não pode manipular o
oleiro, mas você não pode aceitar um domínio do mal sobre sua vida, conhecendo
as promessas de Deus para você. Exatamente como Gideão fez. Ele reagiu a
possibilidade de servir a Deus em escravidão. Ele entendia que servir a Deus
significa liberdade, vida, vitória, enfim, não combinava a escravidão aos
midianitas com o servir a Deus.
AUREO R V DA SILVA
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Glórias a Deus por esta Palavra que tivemos o privilégio de ouvir do Pastor Aureo em Arceburgo no dia 21/12/2013, que Deus na sua infinita graça continue te usando pastor Aureo e a todos aqueles que lutam pela exposição do Evangelho puro e simples pregado pelo Senhor Jesus e seus apóstolos.
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