A passagem de João 3, quando um homem da lei, por nome
Nicodemos, procura Jesus para uma conversa, nos ensina algo muito pouco falado
nas nossas igrejas nos dias atuais. Vou tentar ensinar para vocês algo
importante sobre isso, coisas que o Senhor vem me falando e que precisa ser
explorado em nosso meio.
Quando Nicodemos abordou Jesus, ele mencionou que Jesus
era Mestre vindo de Deus, usando como argumento os milagres que Jesus havia
realizado. Veja em João 3.2. Nicodemos alega que Cristo era o Messias, porque
ninguém poderia fazer o que Jesus fazia se não fosse por Deus. Ele usa um
argumento que nos parece razoável. Ocorre que o comportamento de quem nasce de
novo não é baseado em uma experiência de milagres. É
baseado na fé. O nascido de
Deus entende as coisas que são de Deus pela fé. Essa é a grande diferença entre
o que nasceu de novo e o que não nasceu de novo. Aqui no meu blog eu já postei
uma pregação sobre o que nasce de novo, mostrando que, se alguém, de fato,
nasceu de novo, essa pessoa de fato é nova. A maioria da igreja brasileira não
entende isso. Essas palavras podem até parecer ofensivas, mas tenho que lhe
dizer que são a expressão da verdade que sai do trono de Deus, revelada em sua
palavra.
Nicodemos usou um argumento que, mesmo àquela época, podia
ser derrubado facilmente. O próprio povo hebreu conhecera, no passado, homens
que faziam milagres (magos do Egito, da Babilônia, homens que interpretavam
sonhos inspirados por deuses estranhos a Jeová e outros casos). O fato de Jesus
realizar milagres não era suficiente para provar que ele era o Messias.
A aceitação de Jesus ser ou não o Messias devia ocorrer
mediante a fé. Crer naquele homem como sendo o filho de Deus não podia depender
de seus milagres, mas da compreensão nítida das profecias que tratavam do
Messias. Ora, a maior prova do que estou falando é que, no final das contas, o
povo hebreu não o reconheceu como o Messias e isso tendo ele até ressuscitado
mortos.
Desta forma, e isso é importante para você analisar a si próprio,
posso dizer que nascer de novo vai além de uma expressão formal e religiosa.
Nicodemos conhecia muito bem as Escrituras (príncipe dos judeus – vide
versículo 1), mas isso não era suficiente para compreender quem era Jesus. O
próprio Jesus disse certa ocasião a Pedro que o próprio Pai revelara a Pedro
quem era Jesus (Mat 16.17), tamanha a importância dessa compreensão. É aqui,
nesse ponto, que está a grande diferença de uma pessoa que leva uma vida cristã
de alma, daquele que nasceu de novo. A compreensão das coisas de Deus vem do alto, não vem de
pessoas, de livros, de líderes, de treinamentos, não, mil vezes não. Aos que
nascem de novo o próprio Deus os ensina (I Jo 2.20).
Mas, ainda, no texto, vemos que a preocupação de Nicodemos
era entrar nos céus, era a vida eterna. Ele foi sincero e parece-nos que havia
sinceridade em seu coração. Jesus então lhe dirige as seguintes palavras:
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te
digo que aquele
que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Jo 3.3
O que Jesus estava dizendo? Qual era o foco desse tema?
Nascer de novo? Ele mesmo explicou mais à frente. Quem não nascer da água e do
Espírito não pode entrar no reino de Deus (verso 3).
Seja franco, quantas vezes você ouviu ou tem ouvido alguma
pregação tocando nesse tema? Além de ser um tema complexo e exigir uma completa
investigação, é uma dura verdade a ser pregada. Quem nasce de novo entende as
coisas de Deus. Quem não nasce de novo não entende. É aí que se explica tanta
gente “convertendo-se” muito rapidamente, virando cantores gospel, enchendo
salões, usando “estratégias” de crescimento, etc etc. Isso é resultado de uma
igreja emocional, uma igreja de alma e não uma igreja sólida, composta por
novas criaturas. Mas quem entende isso? Isso só vem pela fé e essa só vem pela
exposição da palavra de Deus (Rom 10.17).
Há um conceito importante nessa doutrina exposta por Jesus
Cristo. O Reino de Deus. Ora, em primeiro lugar o próprio Jesus disse que
seu reino não era deste mundo
(Jo 18.36). Já quero ir adiantando que existe uma verdadeira heresia, importada
dos EUA, ensinando que o reino é aqui. Assim como as Testemunhas de Jeová, os
defensores dessa doutrina (Kingdom Now ou Dominionismo) encontram diversos
adeptos no Brasil (Sara Nossa Terra, Fonte da Vida, M12, os amigos do Silas
Malafaia (Myles Monroe e Mike Murdock), alem de muitas outras igrejas com líderes
intitulados “apóstolos” e ensinam uma tal Escatologia Positiva). São tidos como
evangélicos, mas não falam mais do arrebatamento da igreja. Pode observar. Você não vê essas pessoas falando em volta de Jesus, apenas em conquistar território. Preste atenção. Mais
à frente, citaremos outros que pregam essa mentira. O fato é que REINO, ou dos
CÉUS ou de DEUS, sempre terá um sentido espiritual e nunca físico ou material.
Existe uma interpretação para a questão do reino milenal, mas isso é outra coisa.
Nada tem a ver com o que os heréticos do Kingdom Now pregam.
Votando ao texto de João 3, quando buscamos o conceito de reino no
dicionário, o Michaellis apresenta que reino é: “Estado cujo soberano é um rei ou uma rainha; reinado. 2. Os súditos do
reino. 3. Hist. Nat. Cada uma das grandes divisões em que se agrupam os corpos
da natureza: os minerais, os vegetais e os animais. 4. Conjunto de seres que
apresentam caracteres comuns.”
Isso caracteriza, também, o reino de Deus. Pode-se inferir
que precisamos de um soberano para ser o rei. O próprio Senhor Jesus disse que o
reino dele, ou seja, onde ele é o Rei, não é deste mundo. Você pode ler isso em
João 18.36, mostrando que o reino existe, mas não é materialmente perceptível.
Para que seja feito o devido encaixe no conceito, ainda existem outras ideias
que precisam ser comprovadas. Um reino só o é se houver súditos. Não existe o
reino tendo apenas o Rei. São necessários os súditos. Quem seriam então os
súditos no Reino do Senhor Jesus?
No texto das bem bem-aventuranças, por exemplo, temos diversas
classes de pessoas que fazem parte do reino. Embora muitos teóricos da Bíblia,
não diria nem teólogos, fazem diferenciação entre reino de Deus e reino dos
Céus, isso não é o caso, pois essa doutrina que os distingue é uma doutrina
equivocada, já que um desses reinos seria o reino estabelecido aqui na terra
pela igreja.
O equívoco é derrubado justamente pelo fato de o Senhor
Jesus ter ensinado: “o meu reino não é deste mundo”. Ora, nem o reino milenar
está nesse conceito, pois, ainda que seja um reino na terra, não é chamado na
Bíblia de reino de Deus ou reino dos Céus. Por isso, há uma forte inferência
que reino de Deus e dos Céus referem-se ao mesmo reino que estou aqui tentando
explicar: o reino daqueles que nasceram de novo.
Se existem súditos, é necessário que o conjunto desses
súditos tenha características semelhantes. A base, então, para ser incluído no
reino de Deus é o Novo Nascimento. Quem não nasce de novo não pode entrar no
reino de Deus. Jesus não se referiu diretamente à vida eterna, mas ao reino
espiritual em que ele é o Rei e no qual pessoas vivem debaixo das mesmas
semelhanças, ou seja, características comuns.
O que pesa na pregação do Novo Nascimento e que muitos a
evitam é a seriedade que esse tema possui. Ao falar em novo nascido, falamos de
pessoas com características comuns, que obedecem a um Rei, que está inserida,
legalmente, no reino de Deus. Ora, é uma mensagem difícil, mas importante de
ser pregada e ensinada, pois quem não “nasce de novo não pode entrar no reino de
Deus”.
Continuaremos
esse tema! Aguarde.
Pr
Aureo R V da Silva
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A cada dia nasce uma nova heresia que aponta para o mesmo caminho, distanciamento das verdades Bíblicas. Antes era G.12, depois M.12, depois M.I.R agora é a vez do M.D.A e por aí vai, Novo Nascimento, Arrebatamento, Salvação e Santificação são temas evitados nestes movimentos.
ResponderExcluirAmado Pr João,, não sei para qual direção essa igreja brasileira caminha. Aqui em Brasilia é impressionante como as igrejas estão impregnadas de doutrinas estranhas, sendo a maioria voltada a pregações motivacionais, psicológicas, algumas com a tal balada gospel a todo vapor!!!!
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