domingo, 14 de março de 2021

O que é o Evangelho da Salvação?

 O Deus da glória apareceu ao pai Abraão, quando este estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, dizendo-lhe para sair da sua terra e de sua parentela. Ordenou o Senhor que se dirigisse à terra que Deus iria mostrar.

Então saiu da terra dos caldeus, e habitou em Harã. E dali, depois que seu pai faleceu, Deus o levou para a terra onde fica hoje Israel. Porém, não lhe deu nela herança, nem ainda o espaço de um pé, mas prometeu que lhe daria a posse dela, e depois dele, à sua descendência, não tendo ele ainda filho.

Deus falou assim com Abraão: “que a sua descendência seja peregrina em terra alheia, e a se sujeite à escravidão, e serão maltratados por quatrocentos anos”. Mas o Senhor disse que julgaria a nação que os escravizariam. Depois disto, eles sairiam e voltariam a servir em Israel.

Deus deu a Abraão a aliança da circuncisão e, assim, ele gerou a Isaque, e o circuncidou ao oitavo dia. Isaque gerou a Jacó e Jacó gerou os doze patriarcas.

Os patriarcas, porém, movidos de inveja, venderam José para o Egito, mas Deus era com ele. Deus o livrou de todas as suas tribulações e lhe deu graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa.

Sobreveio, então, a todo o país do Egito e de Canaã fome e grande tribulação e os judeus não achavam alimentos. Mas tendo ouvido Jacó que no Egito havia trigo, enviou ali seus filhos, a primeira vez. E, na segunda vez, foi José conhecido por seus irmãos, e a sua linhagem foi manifesta a Faraó.

Por isso, José mandou chamar a seu pai Jacó, e a toda a sua parentela, que era de setenta e cinco almas. E Jacó desceu ao Egito, e morreu, ele e nossos pais.

E foram transportados para Siquém, e depositados na sepultura que Abraão comprara por certa soma de dinheiro aos filhos de Emor, pai de Siquém.

Porém, aproximando-se o tempo da promessa que Deus tinha feito a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito, até que se levantou outro rei, que não conhecia a José. Este rei, usando de astúcia contra a linhagem israelita, os maltratou a ponto de os fazer enjeitar as suas crianças, para que não se multi-plicassem.

Nesse tempo nasceu Moisés. Era mui formoso e foi criado três meses na casa de seu pai. Mas, sendo rejeitado, tomou-o a filha de Faraó, e o criou como seu filho. Assim, Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em suas palavras e obras.

Quando Moisés completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel. Ao ver maltratado um deles, o defendeu, e vingou o ofendido, matando o egípcio. Ele achava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam.

E, no dia seguinte, pelejando eles, foi por eles visto, e quis levá-los à paz, dizendo: “homens, sois irmãos; por que vos agravais um ao outro?”

Aquele, porém, que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: “quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós?” “queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio?”  E a esta palavra fugiu Moisés, e esteve como estrangeiro na terra de Midiã, onde gerou dois filhos.

Completados quarenta anos em Midiã, apareceu-lhe o anjo do Senhor no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo no meio de uma sarça. Então Moisés, quando viu isto, se maravilhou da visão e, aproximando-se para observar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor, dizendo: “Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó”. E Moisés, todo trêmulo, não ousava olhar.

E disse-lhe o Senhor: “tira as alparcas dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa”. “Moisés”, disse-lhe o Senhor, “tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci a livrá-los. Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito”.

A este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: “quem te constituiu príncipe e juiz?” a este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera na sarça. Foi este quem os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho, e no deserto, por quarenta anos. Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: “o Senhor vosso Deus vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis.”

Moisés esteve entre a congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com o povo de Israel, o qual recebeu as palavras de vida para os dar. Todavia, o povo de Israel não quis obedecer, antes o rejeitaram e em seu coração se tornaram ao Egito, dizendo a Arão: “faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque a esse Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu”.

E, naqueles dias, fizeram um bezerro de ouro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos.

Mas Deus se afastou, e os abandonou a que servissem ao exército do céu, como está escrito no livro dos profetas: “porventura me oferecestes vítimas e sacrifícios no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Antes tomastes o tabernáculo de Moloque (Moloque, Moloc ou Moloch é o deus ao qual os amonitas, uma etnia de Canaã - povos presentes na península arábica e na região do Oriente Médio - cultuavam, para quem crianças eram sacrificadas) e a estrela do vosso deus Renfã (provavelmente uma estátua do deus assírio-babilônico do planeta Saturno, usada para simbolizar a apostasia de Israel), figuras que vós fizestes para as adorar. Assim, Deus falou que os iria transportar para além da Babilônia.

Também estava com os israelitas, no deserto, o tabernáculo do testemunho, como ordenara Deus a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto.

Os israelitas, então, o levaram com Josué quando entraram na posse das nações que Deus lançou para fora da presença dos judeus, até aos dias de Davi,

Davi achou graça diante de Deus e pediu que pudesse achar tabernáculo para o Deus de Jacó. Salomão, filho de Davi, lhe edificou casa.

Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: “o céu é o meu trono e a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas?”

Os israelitas eram homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, e eles sempre resistiram ao Espírito Santo, do mesmo modo que fizeram os seus antepassados no deserto.

Todos os profetas foram perseguidos por eles. Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual a geração de israelitas dos tempos de Cristo foi de traidores e homicidas.

Israel recebeu a lei por ordenação dos anjos, e não a guardou

Na geração dos apóstolos, os israelitas ouviam isso e enfureciam-se em seus corações. Sempre ouviam palavras de boas novas, como “homens israelitas, escutai estas palavras: a Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis. A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos”.

Assim pregavam os apóstolos. Deus ressuscitou o Senhor Jesus e o livrou da morte, pois não era possível que fosse retido por ela.

Pois, sendo Davi profeta, Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono. Nesta profecia, disse da ressurreição de Cristo, que a alma de Jesus não seria deixada no inferno, nem a sua carne veria a corrupção.

Portanto, Deus ressuscitou a Jesus, fato que todos os seus apóstolos foram testemunhas. Assim, Jesus foi exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou-o sobre seu povo durante o período da festa dos pentecostes.

Com certeza, Jesus, a quem os israelitas crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo. O povo da época dos apóstolos, ouvindo, compungia-se em seu coração, e perguntava a Pedro e aos demais apóstolos: “que faremos, homens irmãos?”, ao que Pedro os respondeu: “arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”

 

Esse é o evangelho da Salvação!

 

Autores: Estevão (Atos 7.1 ao 53 e Atos) e Pedro (Atos 2.22 a 38) (Bíblia Sagrada)

 

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