quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Rudimentos fracos e miseráveis



Gálatas 4, dos versos 8 ao 11 diz:
Outrora, é verdade que, não conhecendo a Deus, servistes a deuses que não são deuses, mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo conhecidos de Deus, como é possível voltardes novamente a estes fracos e miseráveis elementos, aos quais vos quereis escravizar outra vez? Observais dias, meses, estações, anos! Receio ter-me afadigado em vão por vós” (Bíblia de Jerusalém).
Entende-se que, após a primeira ida de Paulo à Galácia, houve muitas conversões e muitos dos  novos crentes eram hebreus. Passado um tempo ele voltou à região e verificou que o povo - por influência de Pedro - estava guardando dias (claro e óbvio que era o sábado), meses e anos. Então ele se choca e lança a pergunta: como voltastes a estes FRACOS E MISERÁVEIS ELEMENTOS (algumas versões está RUDIMENTOS) ?
Na visão de Paulo, a atitude de guardar sábados semanais, mensais e anuais era uma volta a RUDIMENTOS FRACOS E MISERÁVEIS. Isso está bem claro no texto. Outro ponto que ele define bem é que eles, fazendo isso, ou seja, guardando os sábados, estavam, automaticamente, se escravizando novamente. Por fim, ele simplesmente lamentou ter trabalhado em vão com eles por essa volta ao passado.  E ainda Paulo usa uma expressão que refletia seu cansaço com essas práticas: “Observai dias, meses e anos”.
Como tenho trabalhado nas respostas aos questionamentos levados ao Centro Apologético Cristão de Pesquisas em seu sítio na internet (www.cacp.org.br), ministério do qual faço parte, achei por bem falar sobre esse aspecto da Nova Aliança: aqueles que retornam aos rudimentos fracos e miseráveis. Isso decorre, também, do fato que já há algum tempo venho refutando adventistas, que nos escrevem bravos, revoltados, desafiando-nos a fazer debates com o pessoal da TV Novo Tempo, enfim, revoltando-se com nossas palavras e exortações, as quais eles nunca aceitam, enquanto não se desarmarem para receber luz da Palavra de Deus.
Em todas as minhas respostas, além de explicar que o CACP não tem interesse em debates, eu lanço um desafio. Uma pessoa que leia este texto de Gálatas com um coração aberto, jamais vai afirmar que é correto ou é uma doutrina guardar o dia do sábado. De fato, qualquer cristão que guarde sábado, domingo, enfim, qualquer dia que seja, VOLTOU A FRACOS E MISERÁVEIS ELEMENTOS. Vou repetir: qualquer cristão que guarde sábado, domingo, enfim, qualquer dia que seja, VOLTOU A FRACOS E MISERÁVEIS ELEMENTOS.
De um modo geral, as igrejas cristãs usam o domingo como um dia de culto apenas para seguir normas e preceitos legais. É o dia que, por influência católica romana, tornou-se um dia de descanso, as lojas não abrem, as pessoas não trabalham, enfim, é um tipo de  feriado semanal. No entanto, podíamos usar uma terça, ou uma sexta. Isso é irrelevante se levarmos em conta que nosso parâmetro é o apóstolo São Paulo. O próprio Paulo orientou a igreja em Corinto a separar as ofertas para serem entregues no 1º dia da semana (I Cor 16.2). Pergunto aos nossos amigos adventistas e a todos que andam seguindo doutrinas de falsos apóstolos para guardar o sábado: qual é o primeiro dia da semana? Seria lógico, dentro do contexto teológico dos sabatistas, que Paulo dissesse “no último dia da semana”.
Alguns amigos teólogos teimam em querer argumentar também, contra as doutrinas adventistas, sobre questões de Ellen White, do juízo investigativo, da imortalidade da alma e outros pontos para refutarem esse movimento. Não coaduno com esse método, uma vez que as abordagens bíblicas nem sempre são científicas como o é uma pesquisa acadêmica. Na abordagem da interpretação bíblica, pesam questões de cultura, de formação básica teológica, de influência da convivência na infância em determinada denominação e outras. Por exemplo, um membro das Assembléias de Deus, que nasceu nesta igreja, terá toda a abertura mental e de consciência para aceitar naturalmente as doutrinas que lhe foram ensinadas. Provavelmente, refutará as outras doutrinas contrárias  a que aprendeu até o fim de sua vida.


Georg Wilhelm Friedrich Hegel, ou simplesmente Hegel, como ficou conhecido, foi um filósofo alemão, que viveu no século XVII. Ele teve sua formação no Tübinger Stift (Seminário da Igreja Protestante em Württemberg) e desenvolveu muitas teorias interessantes. Uma das mais famosas, até hoje muito estudada, é a dialética.
Em resumo, dialética é um processo de investigação ou pesquisa, cujos elementos são a tese, a antítese e a síntese. A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A antítese é uma oposição à tese. Do conflito entre tese e antítese surge a síntese, que é uma situação nova que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate. A síntese, então, torna-se uma nova tese, que contrasta com uma nova antítese gerando uma nova síntese, em um processo em cadeia infinito.
Se usarmos idéias refutáveis para a questão do dom da profecia de Ellen White, os estudiosos adventistas encontrarão argumentos e que, muitas vezes, parecem sólidos e consistentes. Se tocarmos no assunto juízo investigativo ou na questão da imortalidade da alma, encontrarão até mesmo passagens bíblicas que podem ter uma interpretação diferente e manterem-se na razão deles. Assim, é a dialética, um mostra uma coisa, o outro mostra outra coisa que refuta e eles vão se questionando até chegar ou não a um consenso. Na maioria das vezes não se chega a consenso.
Assim, o melhor é usar o argumento que se usa nos processos de segurança de aeronaves. Todo piloto, ao iniciar as operações de vôo, ele pega seu “check list” e começa a conferência dos pontos. Tem que verificar muitos e muitos itens do painel e do funcionamento da aeronave, ou avião ou helicóptero. Se um item estiver acusando problema no “check list”, mesmo que os outros 1000 estejam funcionando perfeitamente, o piloto comandante não levanta vôo. Entretanto, reportando-me a esta questão, se uma coisinha estiver errada, eles não decolam. Na Bíblia, se uma questão apenas, se um versículo sozinho for capaz de derrubar uma doutrina, então essa doutrina não decola. Se decolar, é heresia.
Além disso, a prática condenável por Paulo, no texto lido, diz que eram dias, meses e anos. Uma coisa interessantíssima é que os adventistas não ensinam e não guardam os sábados mensais e os anuais, apenas os semanais.  Isso implica em dizer que, se Paulo não tivesse recriminado a atitude dos galátas de voltar a guardar dias, meses e ano, os adventistas estariam errado também, porque não guardam o sábado mensal e nem o anual. Qualquer pessoa que leia a Bíblia já observou que, quando Deus se dirige ao seu povo para a guarda sabática, Ele diz os “meus sábados”. Ora, claro que ele se referia aos tipos de sábados e não ao sábado semanal, como conhecemos. Questão de vernáculo e semântica facilmente compreensiva.
Fechando essa mensagem, meu ardente desejo é que qualquer adventista, cristão judaizante e outros que guardam o sábado e o defendem a ferro e fogo verificasse com amor como Paulo enfrentou essa questão de guardar o sábado, lembrando que, antes de sua conversão, ele era guardião da LEI.
Paulo disse que aquele povo VOLTAVA A ELEMENTOS FRACOS E MISERÁVEIS, com a prática de guardar dias, meses e anos.
Que o Senhor nos ilumine mais e mais em dias tão difíceis e com muito engano e mentira entrando na casa de Deus.


 Aureo Ribeiro Vieira da Silva

Esta mensagem pode ser usada, impressa, republicada, mas qualquer que seja o uso deve-se citar a fonte.


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