Gálatas 4, dos versos 8 ao 11 diz:
“Outrora,
é verdade que, não conhecendo a Deus, servistes a deuses que não são deuses,
mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo conhecidos de Deus, como é
possível voltardes novamente a estes
fracos e miseráveis elementos, aos quais vos quereis escravizar outra vez?
Observais dias, meses, estações, anos! Receio ter-me afadigado em vão por vós”
(Bíblia de Jerusalém).
Entende-se
que, após a primeira ida de Paulo à Galácia, houve muitas conversões e muitos
dos novos crentes eram hebreus. Passado
um tempo ele voltou à região e verificou que o povo - por influência de Pedro -
estava guardando dias (claro e óbvio que era o sábado), meses e anos. Então ele
se choca e lança a pergunta: como voltastes a estes FRACOS E MISERÁVEIS
ELEMENTOS (algumas versões está RUDIMENTOS) ?
Na
visão de Paulo, a atitude de guardar sábados semanais, mensais e anuais era uma
volta a RUDIMENTOS FRACOS E MISERÁVEIS. Isso está bem claro no texto. Outro
ponto que ele define bem é que eles, fazendo isso, ou seja, guardando os
sábados, estavam, automaticamente, se escravizando novamente. Por fim, ele
simplesmente lamentou ter trabalhado em vão com eles por essa volta ao
passado. E ainda Paulo usa uma expressão
que refletia seu cansaço com essas práticas: “Observai
dias, meses e anos”.
Como
tenho trabalhado nas respostas aos questionamentos levados ao Centro Apologético
Cristão de Pesquisas em seu sítio na internet (www.cacp.org.br), ministério do qual faço parte, achei por bem falar sobre esse aspecto da Nova
Aliança: aqueles que retornam aos rudimentos fracos e miseráveis. Isso decorre, também, do fato que já há
algum tempo venho refutando adventistas, que nos escrevem bravos, revoltados, desafiando-nos a fazer debates com o pessoal da TV Novo Tempo, enfim, revoltando-se com
nossas palavras e exortações, as quais eles nunca aceitam, enquanto não se desarmarem para receber luz da Palavra de Deus.
Em
todas as minhas respostas, além de explicar que o CACP não tem interesse em
debates, eu lanço um desafio. Uma pessoa que leia este texto de Gálatas com um
coração aberto, jamais vai afirmar que é correto ou é uma doutrina guardar o
dia do sábado. De fato, qualquer cristão que guarde sábado, domingo, enfim,
qualquer dia que seja, VOLTOU A FRACOS E MISERÁVEIS ELEMENTOS. Vou repetir:
qualquer cristão que guarde sábado, domingo, enfim, qualquer dia que seja,
VOLTOU A FRACOS E MISERÁVEIS ELEMENTOS.
De um
modo geral, as igrejas cristãs usam o domingo como um dia de culto apenas para
seguir normas e preceitos legais. É o dia que, por influência católica romana,
tornou-se um dia de descanso, as lojas não abrem, as pessoas não trabalham,
enfim, é um tipo de feriado semanal. No
entanto, podíamos usar uma terça, ou uma sexta. Isso é irrelevante se levarmos em conta que
nosso parâmetro é o apóstolo São Paulo. O próprio Paulo orientou a igreja em
Corinto a separar as ofertas para serem entregues no 1º dia da semana (I Cor
16.2). Pergunto aos nossos amigos
adventistas e a todos que andam seguindo doutrinas de falsos apóstolos para
guardar o sábado: qual é o primeiro dia da semana? Seria lógico, dentro do
contexto teológico dos sabatistas, que Paulo dissesse “no último dia da semana”.
Alguns
amigos teólogos teimam em querer argumentar também, contra as doutrinas
adventistas, sobre questões de Ellen White, do juízo investigativo, da
imortalidade da alma e outros pontos para refutarem esse movimento. Não coaduno
com esse método, uma vez que as abordagens bíblicas nem sempre são científicas como
o é uma pesquisa acadêmica. Na abordagem da interpretação bíblica, pesam
questões de cultura, de formação básica teológica, de influência da convivência
na infância em determinada denominação e outras. Por exemplo, um membro das
Assembléias de Deus, que nasceu nesta igreja, terá toda a abertura mental e de
consciência para aceitar naturalmente as doutrinas que lhe foram ensinadas.
Provavelmente, refutará as outras doutrinas contrárias a que aprendeu até o fim de sua vida.
Georg
Wilhelm Friedrich Hegel, ou simplesmente Hegel, como ficou conhecido, foi um filósofo alemão, que viveu no século XVII. Ele teve sua formação no Tübinger Stift (Seminário da Igreja Protestante em Württemberg) e desenvolveu muitas teorias interessantes. Uma das mais famosas, até hoje
muito estudada, é a dialética.
Em
resumo, dialética é um processo de investigação ou pesquisa, cujos elementos
são a tese, a antítese e a síntese. A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A antítese é uma oposição
à tese. Do conflito entre tese e antítese surge a síntese, que é uma situação
nova que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate. A síntese,
então, torna-se uma nova tese, que contrasta com uma nova antítese gerando uma
nova síntese, em um processo em cadeia infinito.
Se usarmos idéias refutáveis para
a questão do dom da profecia de Ellen White, os estudiosos adventistas
encontrarão argumentos e que, muitas vezes, parecem sólidos e consistentes. Se
tocarmos no assunto juízo investigativo ou na questão da imortalidade da alma,
encontrarão até mesmo passagens bíblicas que podem ter uma interpretação
diferente e manterem-se na razão deles. Assim, é a dialética, um mostra uma
coisa, o outro mostra outra coisa que refuta e eles vão se questionando até
chegar ou não a um consenso. Na maioria das vezes não se chega a consenso.
Assim, o melhor é usar o
argumento que se usa nos processos de segurança de aeronaves. Todo piloto, ao
iniciar as operações de vôo, ele pega seu “check list” e começa a conferência
dos pontos. Tem que verificar muitos e muitos itens do painel e do
funcionamento da aeronave, ou avião ou helicóptero. Se um item estiver acusando
problema no “check list”, mesmo que os outros 1000 estejam funcionando
perfeitamente, o piloto comandante não levanta vôo. Entretanto, reportando-me a
esta questão, se uma coisinha estiver errada, eles não decolam. Na Bíblia, se
uma questão apenas, se um versículo sozinho for capaz de derrubar uma doutrina,
então essa doutrina não decola. Se decolar, é heresia.
Além disso, a prática condenável
por Paulo, no texto lido, diz que eram dias, meses e anos. Uma coisa
interessantíssima é que os adventistas não ensinam e não guardam os sábados
mensais e os anuais, apenas os semanais.
Isso implica em dizer que, se Paulo não tivesse recriminado a atitude
dos galátas de voltar a guardar dias, meses e ano, os adventistas estariam
errado também, porque não guardam o sábado mensal e nem o anual. Qualquer
pessoa que leia a Bíblia já observou que, quando Deus se dirige ao seu povo
para a guarda sabática, Ele diz os “meus sábados”. Ora, claro que ele se
referia aos tipos de sábados e não ao sábado semanal, como conhecemos. Questão
de vernáculo e semântica facilmente compreensiva.
Fechando essa mensagem, meu
ardente desejo é que qualquer adventista, cristão judaizante e outros que
guardam o sábado e o defendem a ferro e fogo verificasse com amor como Paulo enfrentou
essa questão de guardar o sábado, lembrando que, antes de sua conversão, ele
era guardião da LEI.
Paulo disse que aquele povo VOLTAVA A ELEMENTOS FRACOS E MISERÁVEIS, com
a prática de guardar dias, meses e anos.
Que o Senhor nos ilumine mais e
mais em dias tão difíceis e com muito engano e mentira entrando na casa de
Deus.
Aureo Ribeiro
Vieira da Silva
Esta mensagem pode ser usada, impressa, republicada, mas
qualquer que seja o uso deve-se citar a fonte.
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