quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Enfermidades 2: abordagem da enfermidade no Antigo Testamento



Antes de entrarmos no assunto específico deste capítulo, quero abordar um aspecto importante a respeito de enfermidades.
Com relação às enfermidades, quero mostrar-lhe algo importante, a fim de quê você possa estar compreendendo claramente como Deus trata com enfermidades, principalmente buscando identificar o tipo da enfermidade e a causa específica. Sendo um pouco mais claro, pretendo mostrar que, ao caracterizarmos o tipo da enfermidade, observamos que certos desajustes com nosso corpo podem não ser caracterizados como moléstias, tendo em vista a rápida perspectiva de recuperação e, ainda, por não constarem da relação de enfermidades previstas na maldição da lei (Deut 28.20, 22, 27, 28, 29, 35, 59 e 61). Devemos observar que, no verso 61 de Deuteronômio 28, diz sobre doenças que destroem (matam).
A tradução para essa palavra destróem no hebraico é exterminam. Exterminar é um tipo de destruição em que não se sobra nada daquilo que é destruído, ou seja, chega a ser uma expressão pesada em se tratando de pessoas. Alguém exterminado é como se a história da pessoa fosse varrida para sempre.
Em relação aos desajustes que não necessariamente caracterizam-se como moléstias, podemos enumerar alguns como as fraturas ósseas, que, passado o tempo de consolidação, a pessoa está restaurada e curada e cortes com facas ou outros utensílios cortantes, em que a pessoa recupera-se após a cicatrização. Geralmente, esses casos resultam de uma imprudência da vítima, que, em algum momento, por agir em desacordo com alguma norma ou regra, ou mesmo acidentalmente, machuca-se, ficando debilitada por algum tempo. Nesses casos, nada impede também a manifestação do poder de Deus, pois ele flui segundo nossa fé e o poder que em nós opera (Ef 3.20), porém nosso objetivo é mostrar-lhes a posição bíblica sobre o assunto enfermidades, levando-se em conta as doenças que são consideradas destrutivas e que, normalmente, surgem nas pessoas sem que elas percebam. É o caso do câncer, diabetes, disritmias, problemas cardiovasculares, problemas pulmonares, úlceras, doenças neurológicas, gastrites, surdez, mudez, cegueira, enfim, centenas de enfermidades que matam aos poucos a pessoa acometida, pois ela não consegue enxergar nunca uma luz no final do túnel!
Quanto ao assunto enfermidade no AT, vamos observar a seguinte passagem bíblica: “E disse: se ouvires atento a voz do Senhor Teu Deus e obrares o que é reto  diante de seus olhos e inclinares os teus ouvidos aos teus mandamentos, e guardares todos os teus estatutos, nenhuma das enfermidades das que pus sobre o Egito porei sobre ti, porque EU SOU O SENHOR QUE TE SARA (JEOVÁ-RAFÁ)” (Êxodo 15.26). Deus disse isso a Moisés assim que o povo judeu saiu do Egito; portanto não existia a Lei. Observe, porém, que Deus quis estabelecer uma condição para que seu povo gozasse de perfeita saúde, embora Deus soubesse que, mais tarde, seu povo O desobedeceria.
Vamos atentar para o fato de Deus “pôr” enfermidades.
Em Tiago 1.17 diz que toda boa dádiva e todo dom perfeito vem de Deus e que não existe NELE a dúvida e a incerteza, pois NELE não há mudança ou variação. Ele é o que é.
Jesus Cristo mostra que do Pai só vem o que é bom, quando Ele, em Mateus 7.11, coloca Deus Pai como o Pai abençoador. Mas, se de Deus não pode vir coisas más, como Ele mesmo disse que poria enfermidades no seu povo caso O desobedecesse? Simples. O fato  de Ele pôr  não significa que Ele seja o autor.
Nós vamos entender isso, observando outra passagem bíblica: “Então saiu um espírito e se apresentou diante do Senhor e disse: eu sairei e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. Agora, pois, eis que o Senhor pôs o espírito de mentira na boca de todos os seus profetas.” (I Reis 22.21,22 e 23).
Repare que, em uma reunião dos exércitos celestes, apresentou-se um espírito (entendemos que se tratava de um demônio). Nota do autor: É provável que até a primeira vinda do Senhor Jesus a terra era comum os espíritos malignos chegarem à presença de Deus. Compare o texto lido com Jó  1.6 e 7.
Este espírito seria voluntário para colocar mentiras na boca dos profetas. Deus permitiu que o fato ocorresse, pois Ele tinha um propósito naquilo, mas não era Ele o autor das mentiras e sabe por quê?  Porque a Palavra de Deus diz que nenhuma mentira vem da Verdade (I Jo 2.21) e que nosso Deus é a própria verdade (Jo 14.6). Da mesma, forma Deus tinha um propósito que enfermidades chegassem até seu povo, permitindo-a em casos de desobediência.
Com relação à promessa de Deus feita aos judeus em Ex. 15.26, enquanto o povo se manteve fiel, ninguém ficava doente, pelo contrário, “mas a eles os fez sair com prata e ouro e, entre suas tribos,  não houve UM SÓ ENFERMO.”  (Sl 105.37). Você já pensou nisto? De aproximadamente três milhões de pessoas (o número aproximado de judeus que saíram do Egito) não houve UM único doente! Só mesmo o poder da Palavra de Deus. E qual era a Palavra de Deus para aqueles que, há pouco, haviam saído do Egito? Era uma palavra de condições, onde o povo obedecia, a fim de que, obedecendo, não padecesse de doença.
Devemos entender que Deus não ficava preocupado em encontrar desobedientes para enviar a doença. Num momento em que alguém desobedecesse (e isso aconteceu mais tarde), ele traria para si a maldição da enfermidade, pois a Palavra já havia sido liberada e ficava estabelecida. Desta forma, Deus não ficava preocupado em achar os desobedientes, pois forças malignas (demônios) já ficavam à espreita, prontas a amaldiçoarem quem desse abertura (no caso, o desobediente), como o foi em II Rs 22.21, descrito anteriormente. Após esta meditação, como podemos encarar a enfermidade no Velho Testamento? “A ENFERMIDADE,  NO VT, ERA UMA MALDIÇÃO ADVINDA DA DESOBEDIÊNCIA”. Atente para essa outra passagem comigo:
“Mas, se não deres ouvidos à voz do Senhor Teu Deus, se não cuidares em cumprir todos os mandamentos e estatutos que hoje Te ordeno, então virão sobre ti todas estas MALDIÇÕES, e te atingirão. O Senhor te ferirá com a tísica (um tipo de tuberculose) e com a febre, com a inflamação e com o calor ardente, com a secura, com o crestamento (queimaduras) e com a ferrugem; e isso te perseguirá até que PEREÇAS. O Senhor te ferirá com a loucura e cegueira e com pasmo de coração. O Senhor também fará vir sobre ti todos os males de enfermidades e toda a praga que não está escrita no livro desta LEI , até que sejas DESTRUÍDO.” (Deut 28:15.22.28.61).
Nessa passagem, constam muitas outras enfermidades, embora o verso 61 englobe todas existentes. Nesses textos, fica bem claro o objetivo das doenças malditas: a destruição (morte ou incapacidade total).
Fica evidente então que, no AT, as enfermidades eram parte das maldições, que viriam sobre os desobedientes. É certo, também, que a participação de Deus em enviar estas doenças sobre os desobedientes era apenas PERMISSIVA, pois Ele vela em cumprir Sua Palavra (Jr 1.12) e fazia parte de uma condição estabelecida com Seu povo que, caso O desobedecesse, seria castigado com enfermidades.
Assim, então, conseguimos visualizar que este foi o tratamento que Deus deu à enfermidade durante a história do Antigo Testamento, até a vinda DO CORDEIRO DE DEUS, que, de uma vez por todas, acabaria com os rituais da Lei e com toda tradição e bagagem legalista que ela trazia, estabelecendo uma nova condição de vitória sobre as DOENÇAS e uma nova ALIANÇA com o PAI!   ALELUIA POR ISSO!
Um detalhe importante é que a vida da igreja atual não é uma vida de rituais religiosos, de roupas, de objetos, enfim, nossa relação com Deus na Nova Aliança é algo sobrenatural e que traz o espiritual para nosso mundo material. O problema que a igreja atual enfrenta é amistura e ensinos contrários à Palavra de Deus e isso impede um agir direto de Deus sobre nós. A seguir, serão apresentados dois gráficos que resumem as situações do AT e do NT.
 





Aureo R Vieira da Silva


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