Diz a
Palavra de Deus, em Gênesis 5.24, quando discorre a história de um homem
chamado Enoque: “E andou ENOQUE com Deus e não se viu mais, porquanto Deus para
si o tomou”.
“E destes
profetizou também ENOQUE, o sétimo depois de Adão, dizendo: eis que é vindo o
Senhor com milhares de seus santos.” Judas, versículo 14.
Enoque é
mencionado na Bíblia somente nessas duas passagens e em Hebreus 11 verso 5,
onde se fala dos heróis da fé. Ali está escrito que Enoque agradou a Deus. A
Bíblia fala muito pouco de Enoque, mas as coisas que descreve a respeito desse
homem só são coisas boas, como “andou com Deus”, “agradou a Deus”, “Deus o
tomou para si”, entre outras.
Apesar de
quase nenhuma referência sobre esse homem, pode-se compreender sua importância
e que existe atrás de sua vida uma forte simbologia, ao ponto de ele ser mais
citado no Novo do que no Velho Testamento.
No texto
de Judas, verifica-se que Enoque era ou foi em algum momento um profeta de
Deus, pois o texto mostra que Enoque profetizou. Acontece que, em Gênesis, no
texto que fala da vida de Enoque, não há nada que mostre que ele profetizava, a
não ser que ele ANDOU com Deus. Percebe? Ele ANDOU com Deus. Que maravilha! Nós
estamos querendo a cada dia andar com Deus e tem sido difícil e vivemos na
época do Espírito Santo. Ele nem sequer sabia do Espírito Santo e ANDOU com
Deus. Qual era o segredo desse homem?
Qual outra
pessoa a Bíblia mostra ter andado com Deus ao ponto de Deus o tomar para si?
Assim, podemos ter noção da importância de Enoque para o Senhor e como ele é
importante na questão de ser exemplo de andar com Deus.
Podemos
supor que, pelo motivo de ele andar com Deus, Deus o revelava seus mistérios,
pois a Bíblia ensina que Deus, pelo seu Espírito, nos revela mistérios, como
mostra I Coríntios 2, do verso 7 ao verso 10. No verso 7, fala-se dos mistérios
da sabedoria divina e, no verso 10, que Deus revela essa sabedoria por meio de
seu Espírito. Assim, de algum modo, Enoque sabia coisas dos mistérios de Deus.
Um desses mistérios era o que ele profetizou, conforme Judas 14, referente à
segunda vinda de Jesus, no qual ele dizia que Jesus viria com milhares de seus
santos.
No Salmo
101.6, está escrito: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra para que
estejam comigo. O que anda em um caminho reto esse me servirá.” Veja que Deus
procura fiéis para andarem com Ele e o próprio Senhor Jesus disse: “Mas vem a
hora e já CHEGOU em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e
verdade, pois o PAI procura a tais que assim O adorem.” Isso está no evangelho
de João, capítulo 4, versos 23 e 24.
Podemos
entender que andar com Deus fala de ser íntimo com Ele, fato que somente ocorre
por meio de uma prática de adorar a Deus em espírito e em verdade.
Jesus
disse que a hora já chegou, você percebe? Esta hora é a hora da igreja do
Senhor Deus. Ele está procurando verdadeiros adoradores. Em nenhuma outra
passagem da Bíblia cita essa questão de Deus procurar determinada classe de
pessoas.
Ele quer
adoradores. A igreja, que nasceu com a morte de Jesus no Calvário (João 12.24),
tem hoje o Espírito Santo, que a conduz à toda verdade, conforme revela João 16
verso 13. O Espírito Santo é nosso companheiro na adoração a Deus. Ele é, do
grego, “paráclito”, ou seja, auxiliador na mais genuína adoração a Deus.
Repare, então,
que ANDAR com Deus fala da adoração em espírito e em verdade. Em espírito fala
da comunhão do nosso espírito com o Espírito de Deus e em verdade fala da
condução à verdade que o Espírito Santo faz em nossas vidas, que ocorre com a
meditação e exame constante das escrituras sagradas.
ENOQUE
ANDOU COM DEUS. A IGREJA PRECISA ANDAR COM DEUS. A IGREJA PRECISA SER ENOQUE.
Enoque
andou com o Pai. Isto quer dizer que ele aprendeu, de alguma forma, a adorar o
Pai e a ter intimidade com o Senhor, mesmo sem ter vivido na época do
derramamento do Espírito Santo, como ocorre conosco hoje na Nova Aliança. Nós,
hoje, devemos ser enoques. Cada um de nós, como membro do Corpo de Cristo, deve
andar com o Senhor, por meio da verdadeira adoração. Assim, você será tomado para
Deus!
Vamos
analisar um quadro simples que relaciona a genealogia de Enoque com as eras ou
dispensações, vividas pelo homem desde sua criação. Ora, quando Judas cita
Enoque, ele comenta: “o sétimo depois de Adão”. O que o Judas quis ensinar com
isso? Por que o sétimo depois de ADÃO? O que teria isso de importância para nós
hoje?
Uma
primeira análise é que o sétimo depois de Adão foi aquele que Deus o tomou para
si.
Hoje,
vivemos no sétimo milênio depois de Adão. Será que somos a geração “ENOQUE”? A
geração que Deus tomará para si?
Será
apresentado nesse capítulo, mais à frente, o quadro das eras ou dispensações,
elaborado a partir de uma pesquisa na Bíblia de Referências THOMPSON e em outras referências teológicas. O que
importa sobre esse quadro é que ele se fundamenta em uma doutrina teológica
conhecida por Dispensacionalismo, mas não a representa cabalmente. Trata-se,
portanto, de uma concepção inexata, mas que serve de base para um bom
raciocínio quanto ao momento do arrebatamento da igreja de Cristo.
O movimento chamado de
Dispensacionalismo surgiu em meados do século passado na Inglaterra, através do
grupo que levou o nome de Irmãos ou Irmãos de Plymouth, por ter nesta cidade
seu quartel general. Seu principal expoente foi John Nelson Darby (1800-1882),
um irlandês que, insatisfeito com a Igreja Anglicana, da qual era ministro
(cura), juntou-se ao grupo dos Irmãos em 1827. Por volta de 1830 Darby já era o
principal líder dos Irmãos, dada a sua capacidade de organização e a sua
proficiência em escrever.
A característica principal desse grupo foi a ênfase que deu
às reuniões semanais de estudo bíblico e celebração da Ceia do Senhor,
associada a um desprezo por qualquer tipo de organização denominacional ou
forma de culto. Os Irmãos rejeitavam qualquer sistema clerical ou de classe
ministerial, insistindo que estavam regressando à forma simples de culto e
governo eclesiástico dos apóstolos.
Embora não fosse
o tema principal no começo, não tardou para que a doutrina da volta de Cristo
ocupasse o centro dos estudos e, com ela, surgisse com grande ímpeto o
desenvolvimento de um novo modelo de interpretação bíblica. Darby e seus
seguidores passaram a alardear que haviam “redescoberto verdades” que foram
desconhecidas ao longo de toda a história, desde os dias apostólicos, as quais
teriam ficado à margem do ensino tradicional do Cristianismo histórico. Fazia
parte desse novo modelo aquilo que passou a ser chamado até hoje, nos círculos
dispensacionalistas, de “interpretação literal das profecias” e de que devemos
também nos ocupar neste trabalho.
Esse novo modo de interpretação
bíblica, especialmente de profecias, ganhou popularidade rapidamente nos
círculos evangélicos, graças ao grande trabalho de divulgação que dele foi
feito pelo próprio Darby e por seus seguidores, e graças, principalmente, ao
grande volume de livros, panfletos e artigos sobre o assunto que foram, desde
então, escritos e ainda continuam sendo. Grandes movimentos, como o das
Conferências Evangelísticas de Dwight L. Moody, eram virtualmente controlados
por dispensacionalistas.1 A escola fundada por Moody, que passou a chamar-se
Instituto Bíblico Moody, assim como diversas outras escolas teológicas, como o
atual Seminário Teológico de Dallas, passaram a ser verdadeiros centros de
doutrinação dispensacionalista, nos Estados Unidos. O mesmo se dá hoje no
Brasil, especialmente com os institutos bíblicos chamados de
interdenominacionais, de modo geral.
Outro fator que muito contribuiu
para a difusão do pensamento dispensacionalista foi a publicação da chamada
Bíblia de Referência de Scofield, em 1909, a qual já vendeu mais de dois milhões de
cópias desde então. A Bíblia de Scofield ou, mais corretamente, a Bíblia de
Referência de Scofield é, na verdade, uma edição da Versão King James, com
anotações feitas por Scofield, na linha de interpretação dispensacionalista.
William E. Cox afirma que “o pai do Dispensacionalismo, Darby, assim como seus
ensinos, provavelmente não seriam conhecidos hoje, não fosse por seu devoto
seguidor, Scofield”. Esta declaração, baseada em pesquisa feita pelo autor
citado, dá bem uma idéia da influência que Scofield exerceu, especialmente
através de sua “Bíblia”, na propagação do Dispensacionalismo.
O
Dispensacionalismo não se constitui propriamente numa denominação e, embora
tenha surgido com os Irmãos, que são hoje um pequeno grupo, não se restringe a
eles nem a qualquer denominação, em particular. Há dispensacionalistas hoje em,
praticamente, todos os ramos do protestantismo e até naqueles onde a sua
presença representa uma negação de certos princípios doutrinários distintivos,
como no caso do Presbiterianismo, por contraditório que possa parecer.
Acreditamos que
não há presbiterianos dispensacionalistas, mas certamente há
dispensacionalistas presbiterianos. No primeiro caso estamos usando a palavra
“presbiteriano” com conotação teológica e, no segundo, com conotação
denominacional. O Dispensacionalismo tem sido, geralmente, confundido com o
Premilenismo, mas não são a mesma coisa. Todo dispensacionalista é,
necessariamente, premilenista, mas nem todo premilenista é necessariamente
dispensacionalista.
Embora a
palavra “dispensação” signifique literalmente “administração” ou “mordomia”
(derivada de oikonomia-Ef. 3. 2), ela é empregada pelos dispensacionalistas
para designar “um período de tempo durante o qual o homem é testado quanto à
sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus”, segundo a
própria definição de Scofield (que é a mesma do “Dicionário Aurélio”). É dito
que cada uma dessas dispensações termina com o fracasso humano e o inevitável
juízo de Deus.
Diz
Scofield:
Esses períodos se distinguem nas Escrituras por uma mudança
no método divino de tratar a humanidade, ou parte dela, no que se refere a
estas duas grandes verdades pecado e responsabilidade humana. Cada Dispensação
pode ser considerada como uma prova para o homem natural e termina sempre em
juízo, demonstrando assim o seu completo fracasso. Cinco dessas dispensações,
ou períodos de tempo, já se consumaram. Estamos vivendo na sexta, cujo término,
segundo tudo faz crer, está para breve. A sétima, ou a última, ficará para o
futuro.
As
chamadas dispensações são as seguintes: 1ª) Da Inocência, que começou com a
criação de Adão, e terminou com a sua expulsão do Éden; 2ª) Da Consciência, que
começou com a expulsão do Jardim (consciência do bem e do mal) e terminou com o
dilúvio; 3ª) Do Governo Humano, que começou com o dilúvio e terminou com a
confusão das línguas; 4ª) Da Promessa, que começou com Abraão e terminou com a
escravidão no Egito; 5ª) Da Lei, que começou no Sinai e terminou com a expulsão
de Israel e Judá da terra de Canaã; 6ª) Da Graça, a atual, que começou com a
morte de Cristo e terminará com o arrebatamento da Igreja; 7ª) Do Reino, que
começará com a Segunda Vinda de Cristo e terminará com o juízo do Grande Trono
Branco - é também chamada de Dispensação do Milênio.
Era
(Dispensação)
|
Significado
|
Fato relevante do início e do fim de cada
era.
|
Principais
Personagens
|
Genealogia
de Enoque
|
Da Inocência
|
Não
havia pecado. O homem era inocente.
|
Início:
criação do homem
Fim:
queda do homem
|
Adão
Eva
|
Adão
|
Patriarcal
|
O homem
passou a ser regulado pelas normas estabelecidas pelos patriarcas, que eram
uma espécie de por-
ta-voz
de Deus.
|
Início:
chamada de Abraão da terra de Ur dos
caldeus
Fim: entrada e saída do
Egito (1706 Ac)
|
Abraão
Isaque
Jacó/José
|
Enos
|
Legal
(Lei
Mosaica)
|
A Lei
foi estabelecida e devia ser seguida.
|
Início:
entrega da lei por Moisés (1500
Ac)
Fim: conquista de Canaã
(1444 Ac)
|
Moisés
Josué
Calebe
|
Cainã
|
Dos Juízes
|
Mesmo
com Lei, Deus estabeleceu um período onde juízes eram governantes e
representavam a autoridade dada por Deus.
|
Início:
ações de Otoniel (1394 Ac)
Fim:
morte de Samuel
(1095 Ac)
|
Otoniel/Gideão
Sansão/Samuel
|
Maalalel
|
Monárquica
|
Deus
estabelece reis, seguindo-se diversos reinados, a divisão do reino e a
dispersão.
|
Início:
de Saul (1095 ac)
Fim:
nascimento de Jesus, no ano 0
|
Saul/Davi
outros
|
Jarede
|
Era
(Dispensação)
|
Significado
|
Fato
relevante do início e do fim de cada era.
|
Principais Personagens
|
Genealogia de Enoque
|
Da graça de Deus
|
A partir
da vida de Jesus, Deus estabelece uma outra aliança: a da Graça.
|
Início:
de Jesus (ano 0)
Até:
arrebatamento da igreja (?)
|
Jesus/Apóstolos
A Igreja
|
Enoque
|
O que eu chamo de fator
ENOQUE é justamente o fato de que a Igreja hoje vive na sétima dispensação,
ou sétima época (era), depois de Adão. É uma figura de Enoque.
Estes
períodos são de tal relevância bíblica e histórica que seus inícios e términos
são marcados por acontecimentos altamente importantes dentro do contexto
bíblico (vide quadro anterior).
Observa-se,
no quadro, que Enoque foi a sétima geração depois de Adão, o que, inclusive, é
lembrado por Judas, no versículo 14 de sua epístola. Deus tomou para si o que
foi sétimo depois de Adão.
Nós, hoje,
somos a sétima dispensação depois da dispensação adâmica (da Inocência) e, nós,
segundo escreveu Paulo aos tessalonicenses em I Tess 4.17, seremos arrebatados,
que nada mais é que sermos tomados para Deus.
Precisamos
andar com Deus, como fez Enoque. Só conseguiremos andar com Deus, mediante a FÉ, por intermédio de uma genuína e
verdadeira ADORAÇÃO. Essa adoração é
aquela que brota dentro de nosso espírito e vai ao encontro do Espírito Santo
de Deus.
Isso somente
ocorre quando há duas práticas constantes na vida do cristão e que refletirão
no seu testemunho e fé. A primeira é a oração no Espírito, que entendemos ser
uma oração diferente, em que somos tocados por Deus (individual e secreta), que
adora a Deus em segredos da sua glória. A segunda prática é a meditação na
Palavra, que ocorre quando realmente examinamos as Escrituras Sagradas (elas
nos revelam JESUS - ver João 5.39). Devemos dedicar muito tempo para meditarmos
na Palavra de Deus. Não se trata de apenas ler. Meditar é uma prática que leva
o cristão a ser um investigador das escrituras, que o leva a memorizar os
textos de sua confissão. Meditar é algo mais. É receber as profundas revelações
do Espírito Santo ao nosso espírito. Paulo afirmou em I Cor 2. 10, 11 e 12:
“Mas
Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as
coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do
homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as
coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do
mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que
nos é dado gratuitamente por Deus”.
Essas duas
práticas são as principais. Sem elas as outras se tornam vazias, sem efeito
algum.
Nunca
poderemos abandonar outras práticas que revelam nosso nível de adorador. Não se
trata de adorar com canções em determinadas reuniões como muitos tentam
ensinar. Adorar é viver no Espírito, é estar em Deus. Sejamos adoradores. As
práticas que não podem faltar em sua vida, além das duas que são basilares,
são, entre muitas outras:
- adorar
com os dízimos e ofertas alçadas (não dar esmolas);
- adorar
com os louvores individuais e coletivos;
- adorar
com as visitas aos necessitados (órfãos, viúvas, doentes.);
- adorar
com o evangelismo individual e em grupo;
- adorar
fazendo discípulos;
- adorar
com a obediência aos pastores;
- adorar
com a humildade;
- adorar
com os jejuns;
- adorar
com a comunhão da igreja;
- adorar
com a freqüência aos cultos;
- adorar
com a participação no corpo, ou seja, na obra;
- adorar
com os trajes que se vestem;
- adorar
com as palavras que são pronunciadas;
- adorar
com a saúde física;
- adorar
com a honestidade;
- adorar
com a compaixão aos pecadores e sofredores;
- adorar
com o comprometimento com a obra (sua igreja);
- outras
formas de adorar.
Portanto, meu amado,
seja um Enoque. Esteja desafiado a ser um Enoque. Ande com Deus, pois isso é a
coisa mais importante de sua vida. Andar com Deus nada mais é que estar se preparando
para deixar uma vida material nesta terra a fim de entrar em uma vida
espiritual e incorruptível na mansão celestial. Andar com Deus é estar pronto
para encontrá-lo. Como você se auto julgaria hoje ao ler essas palavras. Andas
com Deus ou com suas próprias vontades? Andas com Deus e pronto para ir morar
com Ele ou andas segundo seus conceitos, mas sem convicção alguma que irás
morar com Deus? Como andas?
Finalizando essa mensagem, faço menção ao que o
Senhor diz por meio do salmista no livro dos salmos no verso 6 do capítulo 101:
“Os meus olhos estarão sobre os
fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.”
Autor:
Aureo R Vieira da Silva
Texto retirado do livro de sua própria autoria: “Ele Virá” –
publicado e comercializado pelo Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP)
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