segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O lavar dos pés


"Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus, sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que ele viera de Deus, e voltava para Deus, levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, e este lhe disse: Senhor, tu me lavas os pés a mim? Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo." (Jo 13:2-8) Leitura da Bíblia: Jo 13:1-14

Especificamente no Evangelho de João é-nos mostrado como a "água" é "vida". João 4 diz-nos como, após recebermos "aquela vida", ela se tornará uma fonte a jorrar para a vida eterna. O capítulo 7, além disso, mostra-nos como a "água" será como rios de água viva fluindo do interior do homem. No capítulo 13, a água tem outra função.



A água não é meramente uma fonte jorrando do nosso interior para satisfazer-nos, tampouco meramente nos acrescenta força para jorrar para dentro dos outros como rios de águas vivas, mas também pode dar-nos refrigério, novos sentimentos e uma nova ajuda. De acordo com a mente humana, parece não haver necessidades do capítulo 13. Os capítulos 4 e 7 seriam suficientes.

Há as fontes interiormente e os rios exteriormente. De que mais precisamos? Parece que não há outra necessidade. Paremos, entretanto, e pensemos por um momento: você nasceu de novo, mas será que ainda sente como se isso não tivesse acontecido? Teoricamente você sabe que a água que o Senhor lhe dá se tornará em você uma fonte a jorrar para a vida eterna, mas às vezes sente que essa fonte de água viva não está mais jorrando? Não disse que estava satisfeito e não tinha mais necessidades, e ainda assim, em algumas ocasiões, não se sente interiormente insatisfeito? Você não sentiu alguma carência, alguma necessidade e insatisfação interior, e sentiu que nada jorrava e fluía para dentro dos outros? Irmãos e irmãs, porque a nossa condição espiritual às vezes inevitavelmente torna-se seca, outras, inevitavelmente deprimida, há a necessidade da água do capítulo 13.



A Necessidade do Lavar os Pés



João 13:1 diz: "Tendo amado os Seus que estavam no mundo amou-os até o fim." O versículo 5 então diz que o Senhor lavou com água os pés dos discípulos. É óbvio que o motivo de o Senhor Jesus lavar os pés dos discípulos não foi por causa do pecado deles, mas porque Ele amou os Seus, e esse amor não foi o amor "inicial", mas o amor "até ao fim". "Tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim", e posteriormente, com o lavar dos pés, esse amor foi aperfeiçoado. Por isso, o lavar os pés é uma necessidade.

Já que o lavar os pés é a expressão do amor do Senhor até ao fim, é a obra do amor duradouro do Senhor, ele está relacionado com a consumação de nossa vida cristã. Por isso, devemos ter um andar adequado diante do Senhor, precisamos saber como receber dos outros o lavar os pés e como lavar os pés dos outros. Em outras palavras, precisamos ter experiências de lavar os pés dos outros.

O Senhor disse a Pedro: "Se Eu não te lavar, não tens parte comigo". Se o Senhor não tivesse lavado os pés de Pedro aquele dia, isso significa que não tinha parte com Pedro? Sim, Ele teria parte com Pedro. Pedro fora lavado, de modo que o Senhor tinha parte com ele e o teria por toda a eternidade. Porém, se o Senhor não tivesse lavado os pés de Pedro, na comunhão Pedro pareceria não ter parte com Ele, como se não fosse capaz de tocá-Lo. Devemos lembrar-nos de que a questão de lavar os pés em João 13 não está relacionada ao pecado, mas com vida e poder; é uma questão de frescor de vida.

Na Ásia Menor, as pessoas raramente usavam meias; usavam sandálias, de modo que toda vez que andassem, inevitavelmente acumulariam alguma poeira nos pés. Depois de terminarem sua tarefa e irem para casa descansar, eles tinham de lavar os pés. Devemos notar aqui que os pés ficam sujos não por causa do pecado, mas porque tocaram o chão, onde inevitavelmente ficam contaminados com a poeira. O Senhor Jesus aqui não repreendeu os discípulos por terem seus pés sujos, mas porque os amou até ao fim, lavou-lhes os pés. Sujar os pés com poeira não era uma questão de pecado. Se tivesse sido uma questão de pecado, o Senhor Jesus não teria sido capaz de lidar com eles dessa maneira. Ele não poderia lidar com o pecado de maneira tão superficial. Os que conhecem a Deus sabem que os cristãos não devem pecar, mas também admitem que é impossível aos cristãos não sujarem os pés enquanto andam sobre a terra.

Até que possamos andar na rua de ouro na Nova Jerusalém, nossos pés sempre serão contaminados pelo pó, não importa quão cuidadosos possamos ser ou com que afinco tentemos não ser contaminados. Só porque nossos pés às vezes são contaminados pelo pó, nossa condição espiritual fica obscura e perde seu frescor. Por isso nossos pés precisam ser lavados para que a nossa condição espiritual possa ser restaurada. O fato de o Senhor lavar os pés dos discípulos foi só para tratar com este problema de pecado. Tratar com o pecado requer a lavagem do sangue. Precisamos ter o sangue antes de podermos ter a ousadia de ir diante de Deus. Isso porém não é suficiente. Embora estejamos sob a purificação do sangue, não necessariamente temos o frescor espiritual. Por isso, ainda precisamos da purificação da água. Depois de nos lavarmos com água, sempre nos sentimos refrescados e bem, e espontaneamente nosso ser é restaurado. O lavar do sangue capacita você a permanecer diante de Deus, mas o lavar da água, sempre nos sentimos refrescados e bem, e espontaneamente nosso ser é restaurado. O lavar do sangue capacita você a permanecer diante de Deus, mas o lavar da água lhe faz sentir-se refrescado, bem e energizado.

Precisamos saber que o poder de Satanás depende do pecado e também da morte. Hebreus 2 nos mostra que o poder de Satanás está com a morte. Seu ataque contra os filhos de Deus visa fazê-los pecar ou sentir-se mortificados. Assim, não só precisamos ser mantidos puros mas também cheios de vida. Isso não significa que a vida que recebeu ao nascer de novo perecerá e que você tem de ganhá-la novamente, mas significa que a vida em você pode ficar mortificada como se ela não existisse. Frequentemente cometemos um grande erro ao pensar que é suficiente, se possível, guardar-nos de pecar, não sabendo que isso ainda não é suficiente se não tivermos, positivamente, manifestado vida. A obra de Satanás em nós é ou fazer-nos pecar ou fazer-nos sentir obscurecidos, como se nada fosse importante, como se fôssemos muito frios, estivéssemos longe de Deus, e como se houvesse um véu de separação entre Deus e nós. Às vezes você pode sentir-se como se não tivesse cometido este ou aquele pecado, mas interiormente você se sente muito frio; não está fresco nem energizado. Esta situação é a assim chamada "morte". Muitos cristãos simplesmente carecem da "vitalidade espiritual". Eles não são particularmente maus, tampouco cometeram algum pecado específico, mas sentem-se apáticos, frios e incapazes de se erguer. Precisamos lembrar-nos que nenhum cristão triste pode lutar contra Satanás. Não só o pecado pode fazer com que você perca o terreno na batalha, mas a tristeza também faz com que perca a base para lutar. Por isso, precisamos guarda-nos não só de pecar, mas também de ficarmos tristes.

Essa condição pode ser ilustrada fisicamente. Quando vem às reuniões, quantas vezes traz vida com você e quantas vezes está totalmente sem vitalidade espiritual? Ou, em outras palavras, quantas vezes você vem ativamente e quantas vezes você vem passivamente? Tudo o que não é positivo ou ativo é morte. Nas reuniões, não só os que falam precisam ter vida, mas também os que ouvem. Muitos vêm às reuniões tão tristes, tão cansados e esgotados, sem qualquer vitalidade espiritual. Se houvesse um grande número de pessoas em tal situação nas reuniões, o fardo daquela reunião seria muito pesado. Todos se sentiriam incapazes de suportá-la. Assim, toda vez que há uma reunião, não só os que falam precisam suprir a igreja de vida; na verdade, todos os que vêm à reunião também precisam suprir vida à igreja. Não podemos ser passivos nem por um dia. Toda vez que você é passivo na reunião, está apenas atirando um fardo à igreja. Precisamos saber que o instrumento especialmente utilizado por Satanás para operar na igreja é a morte. Satanás quer tão somente consumir nossa vida e fazer-nos tocar a morte. O Senhor porém quer preservar-nos e livrar-nos da morte.

Quando nossa condição espiritual torna-se obscura, precisamos ser lavados com água. Assim, o Senhor Jesus quer não só que tenhamos todo o nosso corpo lavado uma vez, mas também tenhamos os nossos pés lavados muitas vezes. Ter todo o corpo lavado uma vez capacita-nos para obter vida. Ter os nossos pés lavados frequentemente é ter o frescor desta vida redimida. Após sermos lavados, há vida. Aleluia! Todos fomos lavados uma vez. Se você nunca teve todo o seu corpo lavado, você não é um cristão. Um dia, Ele não só lavou-me com sangue, mas também com água, e modo que eu pudesse obter a vida de Deus, na qual posso tocar Deus e na qual posso tocar o Senhor. Naquela hora isso realmente me fez sentir que havia um reino espiritual. Isso realmente me faz tocar a realidade espiritual e sentir que a morte do Senhor Jesus não era algo que acontecera dois mil anos atrás, mas uma ocorrência hoje. Isso me fez sentir como se a morte do Senhor Jesus não tivesse ocorrido no Gólgota, mas exatamente aqui. Oh! o limite de tempo fora quebrado e também abolido! Somente a realidade espiritual é deixada - esse é o lavar de todo o corpo.

Entretanto, quantos cristãos continuam a ter tais sentimentos cheios de frescor, como aqueles que alguém tem após ter o corpo todo lavado? Muitos dizem: "Se eu tão somente pudesse preservar o meu amor inicial!" Muitos dizem: "Se eu tão somente pudesse ser como era naqueles dias logo após ter sido salvo!" Isso significa que não tenho tanto frescor como tinha logo depois de ter tido todo o meu corpo lavado. Por isso precisamos do lavar os pés. Lavar os pés é introduzir você de volta à condição em que estava quando teve todo o seu ser lavado. Lavar os pés pode trazer-lhe o frescor da vida; pode dar-lhe uma nova percepção de vida; pode fazer com que você tenha a sua força renovada; pode trazer-lhe um reavivamento espiritual. Tudo isso advém do lavar os pés. Lavar os pés não só faz com que alguém se sinta purificado mas também que se sinta bem. Depois que seus pés foram lavados, você sente conforto e sente-se revitalizado. Lavar os pés é simplesmente restaurar nosso frescor espiritual e tornar-nos cheios de vida. Irmãos e irmãs, lavar os pés é algo importante. A restauração da vida e da vitalidade espiritual são aspectos importantes.



Lavando os Pés Uns dos Outros



Depois de o Senhor Jesus ter lavado os pés dos Seus discípulos, Ele também lhes ordenou: "Também vós deveis lavar os pés uns dos outros". Isso nos mostra que o lavar os pés é algo que a igreja precisa fazer constantemente. Lavar os pés é o que precisamos fazer uns aos outros.

Você já teve tal experiência: um dia sentiu que sua saúde espiritual estava se deteriorando e que sua vitalidade espiritual estava decaindo mais e mais. Você checou consigo mesmo e não conseguiu nada particularmente errado ou pecaminoso, mas simplesmente sentiu-se cansado, sem qualquer energia. Você foi à casa de um irmão. Ele era um bom pregador e pregou para você, mas quanto mais pregava, mas frio você se sentia. Você saiu e foi à casa de outro irmão. Esse orou com você por longo tempo, mas você ainda se sentia do mesmo modo, e saiu novamente. Pouco depois, encontrou-se com um terceiro irmão, que não pregou nem orou com você, mas simplesmente conversou com você. Por intermédio dessa simples conversa, sem qualquer objetivo definido da parte dele ou da sua, você, por fim, foi vivificado e obteve força. Depois de ouvir ele falar algumas poucas palavras, você pôde então cantar hinos. Antes de entrar, estava pesaroso; depois de sair, você pôde dizer: "Aleluia!" Você poderia dizer "Aleluia" antes de ir, mas seria de forma relutante e muito diferente da de agora. Agora você tocou vida. Esse irmão supriu-o de vida e também lavou-lhe os pés. Lavar os pés é para suprirmos uns aos outros com vida na igreja.

Depois de um dia de trabalho na fábrica ou de aulas numa escola, você se sentiu muito cansado e não capaz de animar seu espiritual. Você tentou ler a Bíblia, mas não sentiu muito desejo de fazer isso; tentou orar, mas tampouco teve muita vontade de fazer isso. Enquanto está nessa condição, você pode ter vindo a uma reunião ou para casa e encontra um irmão que conhece o Senhor. Quando o toca, sente-se revivificado e sente que encontrou Deus. Ele o supriu de vida e lavou-lhes os pés. Ao contatar vida, seu ser espiritual foi restaurado e parecia que você desfrutava novamente de um amanhecer. Isso é o que chamamos de lavar os pés uns dos outros.



Entre todas as coisas que os cristãos fazem para se ajudar mutuamente, nada é mais precioso do que o lavar os pés uns dos outros; e nada é mais importante do que suprir vida a outro membro do corpo. Se um cristão, que tem cansaço e fraqueza espiritual, vai a uma reunião e sai tão cansado como quando chegou, então a reunião terá sido um fracasso. Assim, sempre que formos à reunião, precisamos levar vida conosco; senão, o fardo da reunião será mais pesado. Todos devem vir à reunião trazendo vida, a fim de que os irmãos e irmãs possam tocar vida. Tão logo toquem vida, a obscuridade espiritual estará terminada. Além disso, eles se tornarão brilhantes e cheios de frescor.

Certa vez, numa reunião ministerial, um irmão veio sentindo-se a princípio muito abatido. Ele se questionou para ver se havia algum pecado em particular. Não. Algum problema específico? Não. Entretanto, seu ser espiritual não conseguia erguer-se. Ele começou a orar: "Senhor, preciso do suprimento de vida!" Mais tarde, outro irmão orou. Aquela oração o supriu e ele começou a brilhar de novo. Isso é lavar os pés uns dos outros.

Assim, se alguém vem passivamente à reunião, não se preocupando com nada e simplesmente sentando-se ali, não esperando que algo aconteça e não esperando ajudar a ninguém, isso não é lavar os pés uns dos outros. Lavar os pés uns dos outros significa que quando vamos a uma reunião queremos ajudar os outros e queremos que os outros sejam edificados. Ter a intenção de ajudar nossos irmãos não necessariamente requer que façamos algo. O ponto crucial é que eu não trago qualquer fardo pesado à reunião. Às vezes realmente sentimos que não temos muita força e que nosso espírito dificilmente poderá ser liberado. Nós então podemos esperar que os irmãos e irmãs lavem os nossos pés, fazendo-nos tocar Deus e obter ajuda espiritual. Entretanto, cuidado para não trazer toda vez um fardo à reunião. Se quatrocentos entre quinhentos irmãos e irmãs trouxessem um fardo à reunião ela se tornaria muito pesada. Se a reunião tem ou não valor diante de Deus, se nela você pode ou não tocar na vida, tudo depende se ali há mais vida ou mais fardo. Essa responsabilidade descansa sobre todo irmão e irmã. Se o espírito de muitos abrir-se, naturalmente não haverá problema na reunião e muitos, espontaneamente, serão espiritualmente revitalizados. Se muitos se sentassem ali, frios, seria difícil fazer a reunião prosseguir. A passividade é o obstáculo mais difícil na igreja. Ninguém pode vir à reunião e não orar nem fazer um esforço para se preparar para a reunião. Todos devem orar e todos devem gastar algum tempo diante do Senhor. Todos devem dar ajuda à reunião com vida. Nas reuniões da igreja deve haver auxílio mútuo, e assim todos nós podemos ser ajudados. Ajudar um ao outro é lavar os pés uns dos outros.

O Senhor disse: "Ora, se Eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros". Precisamos nos lembrar de que hoje a obra de lavar os pés foi delegada à igreja. Isso não quer dizer que você não pode obter o frescor pela vinda do Senhor, mas significa que o Senhor ordenou que lavássemos os pés uns dos outros. Se quisermos lavar os pés dos outros, nós mesmos primeiramente precisamos estar cheios de frescor. Para o Senhor agir constantemente em nosso meio, devemos ser capazes de sempre ter novos suprimentos para os outros. Se quando os outros nos contatam sentem que somos os mesmos de há cinco anos, que nada há de novo em nós, então nossa condição é miserável. É lamentável se porventura levarmos muitos anos e muitos meses para ganharmos algo novo. Precisamos ser agressivos e ativos diante do Senhor, e não permanecer parados.

Certa irmã, que recebera um treinamento especial do Senhor, tinha uma característica particular. Toda vez que você a tocava, podia ver que Deus fizera uma nova obra nela, e você podia tocar a novidade de vida. Muitas vezes parecia que você não era capaz de tocar a presença do Senhor, e, espiritualmente, sentia-se muito cansado. Se se sentasse alguns minutos diante dela, o cansaço se desvanecia. Sentia algo saindo de dentro dela e que a vida estava entrando em você.

Irmãos e irmãs, precisamos aspirar a ser ministros de vida para outros. Não fique desapontado por não ser tão eloquente como os outros; você deve saber que se viver em vida, será capaz de suprir vida aos outros membros. Há alguns que, logo depois de serem salvos, começam a orar na reunião de oração. Suas orações podem ser muito desajeitadas, mas quando os outros os tocam, são iluminados e recebem suprimento. Entretanto, depois de ele ser um cristão há anos, há pelo contrário uma carência de suprimento de vida. Depois de ter sido cristão há anos, o seu conhecimento aumentou, suas doutrinas aumentaram, mas falta-lhe o suprimento de vida. Isso é porque o suprimento de vida não depende de conhecimento, mas de frescor. Antes termos menos conhecimento e menos doutrina do que perder o suprimento de vida. Devemos pedir ao Senhor que nos liberte dessa situação de não sermos capazes de suprir vida, e orar ao Senhor para fazer-nos realmente viver perante Ele. Se quisermos viver perante o Senhor, tocando vida, então toda vez que contatarmos os outros seremos capazes de suprir-lhes vida e seremos capazes de lavar-lhes os pés, capacitando-os dessa forma a recuperar o frescor de vida e ter uma restauração espiritual.

Também precisamos lembrar-nos de que lavar os pés é algo recíproco. Devemos aprender perante o Senhor a suprir os outros e também aprender a receber suprimento dos outros. Dessa forma precisamos ser humildes a fim de recebermos ajuda dos outros. Você precisa lavar a parte triste dos outros, e também precisa estar disposto a permitir que os outros lavem a sua parte triste. É por meio desse mútuo lavar os pés, mútuo servir e mútuo suprimento que podemos ser edificados, que recebemos auxílio e podemos correr a carreira diante de nós.

Atos 18:5 é uma palavra muito preciosa: "E quando Silas e Timóteo desceram de Macedônia, Paulo foi estimulado com respeito à palavra" (Darby, lit.). Isso nos mostra que Silas e Timóteo supriram vida a Paulo. Não foi que Silas e Timóteo pregaram a Paulo, mas que sua mera vinda foi suficiente para fazer com que Paulo fosse estimulado com respeito à Palavra. Paulo estivera pregando e arrazoando na sinagoga e laborando pela obra, mas após a chegada de Silas e Timóteo, Paulo começou a ser estimulado com respeito à Palavra e ficou mais vitalizado por ter recebido novo suprimento da parte deles. Realmente, há muitos com os quais você só precisa ter um toque e, então, ser-lhe-á ministrada vida.

Irmãos e irmãs, devemos buscar isso perante Deus — Ele pode usar-nos como os que ministram vida aos outros. Para ser alguém que sempre ministra vida aos outros, o requisito básico é sermos alguém que sempre recebe o tratamento da cruz. A nossa vida natural tem de ser quebrada pelo Senhor. Se não tivermos o operar interior da cruz, só poderemos ministrar conhecimento e eloquência aos outros, mas se não formos capazes de ministrar-lhes com o nosso espírito, tampouco seremos capazes de ministrar a vida de Cristo aos outros. Se o nosso conhecimento e eloquência forem maiores do que o nosso espírito, a impressão que daremos será a do nosso conhecimento e eloquência, não a do nosso espírito. Precisamos viver continuamente diante do Senhor, contatando-O e tendo comunhão com Ele antes de ministrarmos vida aos outros. Precisamos lembrar-nos de que o ministrar de vida é espontâneo e não feito pelo homem. É verdade, precisamos lavar com água, mas essa água não é bombeada por esforços humanos; antes, ela flui da fonte da vida. Se você vive na vida, espontaneamente terá o suprimento de vida e automaticamente lavará os pés dos outros com vida, fazendo-os tocar o Senhor simplesmente por um contato, e fazendo-os sentir o Senhor e tornar-se mais íntimos do Senhor. Precisamos orar para que o Senhor nos conceda graça para atingirmos esse objetivo.

Esta mensagem foi pregada pelo irmão Watchman Nee e consta de um livro que contém suas mensagens, os Doze Cestos Cheios, volume 1, capítulo 5



Extraído do sítio eletrônico: <http://www.reino.net.br/artigos/o-lavar-os-pes.shtml>



Esta mensagem pode ser usada, impressa, republicada, mas qualquer que seja o uso deve-se citar a fonte.



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