terça-feira, 31 de maio de 2016

Desprezando o melhor de Deus para sua vida



Para termos uma compreensão melhor e mais clara do que pretendo mostrar, faz-se necessária, agora, a leitura de três textos da Palavra de Deus. O primeiro deles no livro de Gênesis, depois em Juízes e, por fim, Hebreus. Vejamos:
Gênesis 25.29 a 34
E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele cansado;
E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom.
Então disse Jacó: Vende-me hoje a tua primogenitura.
E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá a primogenitura?


Então disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó.
E Jacó deu pão a Esaú e o guisado de lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e saiu. Assim desprezou Esaú a sua primogenitura.
Juízes 16.20
E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque ele não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele.
Hebreus 12.16
E ninguém seja devasso, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura.

O QUE É O MELHOR DE DEUS PARA O HOMEM

Ao longo de toda a história do relacionamento de Deus com o homem, Deus sempre desejou estar em comunhão com o homem. Ele, portanto, providenciou sempre meios para que isso pudesse acontecer. Diversos modos de manifestação de sua presença foram apresentados no antigo testamento, como desde quando falou com Abraão até o último profeta.
Deus sempre se preocupou com o que carregamos no coração (Deut 10.16 e I Sam 16.7) e, por isso, sempre valorizou aquilo que, de algum modo, ensejasse uma aliança espiritual com Ele.
Assim, para cada situação ou momento, e para cada um de seus servos individualmente, Deus tinha algo melhor, algo especial. Moisés desejou sobremaneira entrar na terra prometida. Não entrou. Isso teria sido o melhor para Moisés naquele momento, caso Deus mudasse de ideia.  Deus não mudou de ideia e Moisés não pode ver a terra que tanto almejara. Mas, apesar disso, ele pode experimentar o melhor de Deus para sua época.
Como exemplos, retirados do texto de Gênesis (caso de Esaú) e de Juízes (caso de Sansão), tenho que lembrar que Deus atribuía um peso muito grande para as situações da primogenitura e do nazireado (Nm 6.8).
Desprezar o melhor de Deus sempre trouxe consequências desastrosas. Esaú foi humilhado, deu origem a nações que nunca prosperaram, tendo, posteriormente, pelo autor da carta aos Hebreus, sido considerado devasso e profano.
Por mais que muitos pregadores teimam em usar Jacó como mau exemplo para diversas coisas, esses pregadores esquecem alguns pontos importantes do contexto bíblico e nunca acham fundamento para seus ensinos psicológicos.
Antes que Jacó e Esaú nascessem o Senhor havia falado a seus pais que o maior serviria ao menor (Gênesis 25.23). Quando Esaú foi chamado por seu pai para receber a benção, esquecem os pregadores que criticam Jacó que Rebeca assume toda consequência do engano que provocaram em Jacó, sendo que Jacó alerta sua mãe que tal atitude seria um engano (Gênesis 27.12 e 13). Ademais, Esaú, anteriormente, já havia vendido a Jacó sua primogenitura por um prato de lentilhas. O erro foi unicamente de Esaú e de Rebeca, embora esta última sabia da promessa do Senhor, feita antes que os gêmeos nascessem.
Triste foi o fim e a vida de Esaú. Ao desprezar o melhor de Deus para sua vida (a primogenitura – que ele trocou por um prato de comida), se tornou profano e devasso.
No caso de Sansão, ao desprezar o segredo de seu nazireado e contar que sua força estava em seus cabelos, ao ser rapado, foi humilhado, cegaram-no e ele, depois de tanta glória de poder (reinou 20 anos), morreu humilhado e cego.
Poderia, ainda, citar o caso de Saul também, quando Deus, no começo, rejeitava-o como rei de Israel, já havia se convencido de o confirmar rei, mas por sua desobediência perdeu o melhor de Deus para a sua vida. (I Sam 13.13)
 PRIMOGENITURA – NÃO A DESPREZE
Desde os dias dos patriarcas, os servos de Deus davam direitos especiais ao filho primogênito. Quando o pai morria, o filho mais velho assumia a responsabilidade de cabeça da família. Ele passava a cuidar dela e a exercer autoridade sobre os membros da sua casa que continuavam a morar ali. O primogênito também representava a família perante Deus. Ao passo que todos os filhos recebiam uma herança, o primogênito recebia a herança principal. Em comparação com a quantidade de propriedades que os outros filhos recebiam, o primogênito recebia em dobro.
Na época dos patriarcas, o filho mais velho podia abdicar desse direito. Esaú, por exemplo, vendeu seu direito de primogênito para o seu irmão mais novo. (Gênesis 25:30-34) Jacó transferiu o direito de primogênito do seu filho mais velho, Rubem, para José. Rubem perdeu seu privilégio por causa de sua conduta imoral. (1 Crônicas 5:1) No entanto, sob a Lei mosaica, um homem com mais de uma esposa não podia transferir os benefícios da primogenitura do primeiro filho de uma delas para o primeiro filho de outra só porque a amava mais. O pai tinha de respeitar o direito que naturalmente pertencia ao primeiro filho dele. — Deuteronômio 21:15-17.
 NAZIREU – GUARDE SUA ALIANÇA COM O SENHOR
Separado, consagrado. Não se deve confundir nazireu com nazareno. Nazireu era aquela pessoa, de um ou de outro sexo, que na lei de Moisés se obrigava por voto a abster-se de vinho e de todas as bebidas alcoólicas, a deixar crescer o cabelo, a não entrar em qualquer casa, em que houvesse gente morta, e a não assistir a qualquer funeral. Se, acidentalmente, alguém morresse na presença de um nazireu, recomeçava este a sua consagração de nazireado. Geralmente o voto era por certo período de tempo, mas algumas vezes por toda a vida. Nazireus perpétuos, como Samuel, Sansão, e João Batista, foram consagrados a esta condição de vida pelos seus pais continuando assim a viver sob o seu voto, não bebendo vinho, e deixando crescer o cabelo.
 O MELHOR DE DEUS PARA NÓS HOJE É JESUS CRISTO
 Antes que nascesse o que é a igreja hoje, Jesus manifestou-se em carne (Jo 1) e sua vinda em carne e sangue para nos resgatar ocorreu na plenitude dos tempos (Gal 4.4),
Não tem mais melhor de Deus para chegar. A música que se canta em todos os rincões do Brasil está errada. O melhor de Deus, ainda que eu me torne o homem mais rico desta terra, ou o mais poderoso, enfim, é Jesus Cristo. Nem a criação, nem a igreja, nem mais nada neste universo teve o protagonismo do Nosso Senhor Jesus. Tudo foi criado por Ele e para Ele. O prazer do Pai sempre esteve no Senhor Jesus. A expressão da glória de Deus se deu pela manifestação de Deus em carne.
Há uma valorização equivocada da igreja, dos ministérios, dos encargos, quando o que vale, o que centraliza toda a palavra de Deus é o Senhor Jesus Cristo.
Foi em Cristo Jesus que esteve centralizada a criação e não no homem (Ef 3.9). Na carta aos Colossenses, capítulo 1.16, Paulo nos diz, no fim do versículo, “para Ele”. Além disso, tendo vindo na plenitude dos tempos, foi manifestado o mistério que esteve escondido por milhares de anos (Ef 3.9) (Col 1.26 e 27) e revelado aos que, pela salvação, iriam constituir a igreja (Ef 3.10).
O mistério que esteve oculto foi revelado aos que constituem a igreja. Cristo é o mistério. Reside nisso o fato de que muitos em nossas igrejas ainda não experimentaram o Senhor Jesus em uma realidade de nova vida e regeneração. Ainda existe um percentual de muita religiosidade em nossas igrejas. Isso decorre do fato de invertermos a ordem das prioridades.
Vou dar um exemplo simples. Você já deve ter visto cartazes, outdoores, painéis e outras propagandas com fotos imensas de líderes de igreja, não viu? Viu como houve um deslocamento da importância da centralidade de Cristo Jesus? Os homens assumiram papel de centralidade. Não fosse isso, muitos líderes não seriam tão exaltados e enaltecidos quanto são, pois, de fato, eles não são nada no universo.
Cristo é o melhor de Deus em todos os aspectos. Sem uma experiência real com esse Jesus você tá perdido. Você pode ter 30 anos de igreja, mas, se Cristo ainda não é o melhor de Deus para você e se tão somente a sua presença não for a maior razão de alegria em sua vida, algo está errado.
Em uma pregação, em 1999, Stephen Kaung (um pregador chinês que vive nos Eua) afirmou, falando sobre Cristo Jesus:
Ele é o Mistério de Deus. Isso é verdadeiro aos nossos olhos? Nós temos outras coisas, outras pessoas, igualmente importantes como o Senhor Jesus? Se nós tivermos, você vai descobrir que Deus é muito ciumento e ele vai tratar conosco, até que tudo aquilo que não seja Cristo realmente, saia das nossas vidas.E certamente Cristo vai ser tudo para nós. Este mistério de Deus que é Cristo não é apenas uma teoria, não é apenas um pensamento maravilhoso, não é apenas alguma coisa para nós pensarmos a respeito. Mas é muito real, é muito prático, tem de ser verdadeiro em nossas vidas. Quando pensamos nos tratamentos de Deus para conosco nós encontramos a razão por detrás. É o seu ciúme com relação ao seu Filho amado. Ele quer que o seu Filho seja tudo para nós. O seu Filho não é apenas a nossa justificação. Ele também é a nossa santificação, nossa glorificação, também a nossa santidade, a nossa luz, o nosso conforto. Ele é tudo para nós. Essa é a vontade de Deus. E é isso que Deus está operando em nossas vidas, até que isto se torne real e verdadeiro para nós.”
 IDEIAS PARA REFLETIRMOS
 Gostaria de encerrar essa mensagem simples, desafiando você a responder algumas questões:
- Qual de fato é a compreensão que você tem disso?
- Qual de fato é o seu grau de comunhão com o Senhor Jesus?
- Eu entendo de fato a revelação de Cristo Jesus?
- Cristo é o cabeça da Igreja. Cabeça não tem força, tem comando. Você entende que estar na submissão de Cristo Jesus vai ao encontro de estar no melhor de Deus?
- Você está pronto para as consequências de desprezar o melhor de Deus?


Aureo Ribeiro Vieira da Silva

Esta mensagem pode ser usada, impressa, republicada, mas qualquer que seja o uso deve-se citar a fonte.
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