terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Novo Nascimento II



Quando se fala em Novo Nascimento, há um silêncio generalizado. Isso ocorre porque se analisarmos, friamente, que uma pessoa nasceu de novo e, depois de algum tempo, ela voltou à sua vida antiga, ou seja, desviou-se e voltou ao pecado, então, naturalmente, pensamos que ela não havia nascido de novo. Desta forma, o tema em si se torna um grande desafio para a Igreja de Cristo Jesus aqui nesta vida terrena.
Não adianta buscarmos entender as coisas de Deus com prismas materiais, terrenos ou teológicos. A compreensão da revelação que Deus nos dá é algo que vem do Senhor. Veja que, quando Oséias viveu sua experiência com o Senhor, Deus o ensinava sobre conhecimento. Logo no Cap 4.1, há uma menção sobre a contenda que Deus tinha com os habitantes da terra, pois não havia conhecimento de Deus. Conhecimento de Deus é algo trabalhado em nosso espírito e não em nossa mente. Paulo alerta-nos sobre isso quando diz:

“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.” I Cor 2. 10, 11 e 12.

Veja que ele nos mostra onde há o depósito das coisas que Deus nos revela. No nosso espírito. Mas como assim? Deus precisa se comunicar conosco e, por meio do Espírito Santo, ele traz conhecimento ao nosso espírito. Isso é poderoso para nos transformar.
Mas esse processo do conhecimento de Deus, no homem, só pode ocorrer se ele tiver nascido de novo. Aqui está o grande mistério do Novo Nascimento. Por isso, é possível entendermos as diversas vezes que a expressão “tornar a viver” é usada pelos apóstolos, em particular por Paulo. (Rom 6.8, Rom 6.10, Rom 8.13, II Cor 7.13, II Cor 13.4, Gal 2.19 e 20 e muitas outras passagens).
Esse processo é interessante, pois o próprio Senhor Jesus disse como ele ocorre. “Quem não nascer da água e do Espírito”.
Acontece que poucos se detém na busca por entender o que é nascer da água e do Espírito. Aqui é o Espírito Santo, pois se trata de um substantivo próprio e não o comum, que, então, seria o espírito do homem.
A realidade, então, é que, se uma pessoa não nascer da água e do Espírito, veja que não é nascer de um ou de outro, é preciso nascer tanto da água quanto do Espírito, essa pessoa não pode entrar no reino de Deus. Após compreender isso, pude entender muitas situações de homens e mulheres que passam a vida atrás de experiências e milagres e nunca se firmam na vida cristã. Passei a entender porque muitos trocam suas visões e suas convicções como se as coisas de Deus fossem estratégias de mercado. Passei a entender a oscilação que muitos enfrentam em suas vidas e não conseguem entrar nos propósitos do Senhor. Simples. São pessoas que não entendem as coisas do reino de Deus. Não se transformaram em súditos desse reino. A percepção que norteia a vida dessas pessoas é a mesma que norteia de um homem natural. Não nasceram de novo ou, se experimentaram em algum momento o novo nascimento (sobre isso eu vou falar mais à frente), aquilo ficou no passado, como Jesus mesmo ensinou, afirmando que a palavra não caiu em solo fértil. Quando nos deparamos com a compreensão do que é estar inserido no reino de Deus, tudo muda. A única razão de alegria em nossa vida se chama Cristo Jesus. A única fonte de vida que temos se chama Cristo Jesus. A única força que temos se chama Cristo Jesus. As coisas dos reinos desta terra alegram muitos cristãos, quando o que deveria ser motivo de alegria para eles é, tão somente, a presença do meigo Senhor Jesus. Isso é muito direto.
Hoje entendo os motivos e causas para tanta mudança nas igrejas. Embora os líderes tentem trocar o nome das mudanças para novas estratégias, nova visão, novo mover, restauração, renovação, novo agir de Deus, etc etc etc, a única coisa que explica tamanha falta de sincronia com a sã doutrina é a ausência da percepção e leitura que precisamos ter e fazer do reino de Deus, onde a única coisa que inclui tudo e é a única razão de tudo para nós se chama Jesus. Que coisa gloriosa quando o crente tem essa percepção! Por exemplo, você já ouviu a expressão balada evangélica, não ouviu? Qual a razão disso? Eu até entendo essa estratégia dos líderes, pois, assim, ao menos, eles seguram os jovens na igreja e, afinal, se você dançar e girar seu corpo ao som de música “dance” e outras não há mal nenhum nisso, eles afirmam. Mas quando olhamos para o prisma do novo nascimento, do entrar no reino de Deus, ou seja, aquilo que eu desejo, aquilo que eu sonho, aquilo pelo qual tenho forças para lutar, aquilo que representa tudo em minha e entendo que é Jesus Cristo, autor e consumador da vida, então nada mais faz sentido. A contrapartida é que se isso não é uma realidade em minha vida, ou seja, se eu, de fato, não nasci de novo e não tenho a marca da “cultura” do reino de Deus, então essas coisas (“estratégias”) passam a ter sentido lógico para mim.
Após “cair minha ficha” sobre essa questão, qual seja, o novo nascimento produz valores novos no ser humano, o novo nascimento te dá o prisma de Deus, o novo nascimento te coloca em “novos ambientes culturais”, e outras, eu entendi claramente o que Paulo nos ensina em Colossenses 3, a partir do verso primeiro:
                
“PORTANTO, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória. Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas. Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos. Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.” Col 3. 1 ao 14.

Se atentarmos aos trechos que sublinhei, surpreendemo-nos com tamanha dificuldade que é viver nessa dimensão de novas criaturas. Mas, o que Paulo está dizendo ali é exatamente isso: “se já nascestes de novo, buscai as coisas que são de cima, pensai nas coisas que são de cima. Óh, meus amados irmãos, quando vejo pregadores preocupados em ensinar táticas de sucesso, passos para pessoas se tornarem grandes pessoas vencedoras, etc etc, me paro a pensar exatamente nisso: sou nova criatura, minha alegria está nas coisas que são de cima e não nas que são desta terra e, com isso, apenas lamento a falta de graça nos dias atuais em se trazer revelações do trono de Deus para que o povo se alimente com o pão dos céus. Muitos, na dificuldade de se ministrar aquilo que vem do alto, apelam para mensagens programadas, formatadas, enlatadas, apelam para a emoção, para o intelecto, enfim, deixam o mais puro caminho da verdadeira vitória: a palavra que se renova a cada fração de segundo e que esquenta em nossos espíritos. Isso é para novas criaturas!
Meus irmãos, qual a razão para muitos crentes em Jesus estarem em um salão, dançando ao som de “dance” com copos de sucos ou guaraná (muitos que defendem isso o fazem justificando que é um ambiente familiar, sem bebidas alcoólicas, sem brigas, etc etc)? Ora, então se eu for a uma boate mundana e eu não beber nada que seja alcoólico, não me envolver em brigas e não me prostituir, então eu não fiz nada errado? Claro que não fiz, pois meu erro é atribuir um valor de alegria, um valor de felicidade a algo que é desta terra, quando eu deveria estar buscando as coisas que vem do alto. Fico vendo essa influência mundana da psicologia nas coisas de Deus, em especial quando se trata de comportamentos. Alguns pregadores afirmam categoricamente que precisamos ter tempo para o entretenimento, que está provado pela ciência que isso é bom para o homem e, com base, nisso defendem muitas práticas que são, de fato, sensuais, carnais e que só servem para alimentar a carne. Nossa alegria, irmãos, nossa satisfação, nosso entretenimento se chama Jesus Cristo. Ele, sim, é nossa maior razão para estarmos vivos! Mas se você não vive na esfera, na dimensão do reino de Deus, você jamais se aquentará com um simples versículo (quando Deus te dá algo especial por meio de um único verso), você jamais entenderá que não precisa de estratégias ou entretenimentos e será um desses que se “ajeita” em balada evangélica, em “funk” cristão, em “shows gospel” etc etc etc.
Na próxima palavra, vamos entrar nos aspectos água e Espírito.
                
  Pr Aureo R V da Silva

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