sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O Mestre



Os mestres e o ensino de Palavra abrangem um lugar bem definido e importante no Novo Testamento, sendo o mestre o único que é mencionado nominalmente nos três trechos do ministério.
EFÉSIOS 4.11
11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres.
1 CORÍNTIOS 12.28,29
28    A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas;
29  Porventura são todos apóstolos? ou todos profetas? são todos mestres? ou operadores de milagres?

ROMANOS 12.4-8
4 Porque, assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função;
5 Assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,
6 Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé,
7 Se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina, esmere-se no fazê-lo;
8 Ou o que exorta, faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia com alegria.
Repetindo:
A. Os mestres e o ensino de Palavra abrangem um lugar bem definido e importante no Novo Testamento.
B. O mestre é o único que é mencionado nominalmente nos três trechos do ministério.
C. Uma pessoa pode permanecer no ofício de pastor e mestre, ou profeta e mestre, ou evangelista e mestre, e assim por diante. Em outras palavras, pode se ocupar mais de um ofício. Separa­mos os ofícios para defini-los.
1. Atos 13.1 enumera cinco homens que eram ou profetas ou mestres, ou profetas e mestres.

ATOS 13.1
1 Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres:
Barnabé, Simeão por sobrenome Niger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo.

a.  Barnabé era um mestre (Atos 11.22-26)
b.  Paulo era um profeta e um mestre (Gl 1.12; Ef 3.3; 1 Tm 2.7).
c.  Ambos tornaram-se apóstolos (At 14.14).
D. Alguém que é um mestre sem ser um pastor (isto é, alguém que não tem a supervisão de um rebanho) usualmente tem um ministério itinerante pelas igrejas (ministério não-estacionário ou ministério de campo).
1. Se alguém é um pastor e um mestre (e freqüentemente este é o caso), não terá necessidade de um ministério itinerante, embora possa às vezes sair para ensinar.

E.  O dom de ensino é um dom de Deus.
Deus está falando de um ofício quando fala sobre o mestre (Rm 12.4).
Ele está falando a respeito de homens e mulheres que são chamados por Deus, estabelecidos pelo Espírito de Deus, para permanecerem naquele ofício e ensinarem pela capacidade sobrenatural.
1. Temos deixado a impressão que o dom que Ele fala são os professores de Escola Dominical.
a.  A igreja primitiva não tinha Escola Dominical. A Escola Dominical não começou até o século XVIII.
b.  Naturalmente uma pessoa que conhece a Bíblia pode ensinar o que sabe. Qualquer cristão pode e deve compar­tilhar com os outros o que sabe, ensinando-os e ajudan­do-os. Mas isso não é o dom de ensino que Ele está falando nestas passagens onde o dom ministerial de ensi­no está relacionado.

F. O ministério de ensino requer um dom divino.
1. Experiência pessoal. Estive pregando por muitos anos. Não era um mestre. Rigorosamente, eu era um pregador. Tudo que sabia era o que chamamos "mensagem evangelística" ou salvação em sua forma mais simples. Nem mesmo tinha uma mensagem pastoral para os santos. Mas oh, como gostava de pregar! E se posso dizer humildemente, podia pregar como uma tempestade. O poder de Deus caía sobre nós enquanto pregava e grandes coisas aconteciam. Eu pregava tão rápido que as pessoas diziam: "Mais devagar. Não entendemos a metade de que você está falando." Simplesmente fluía de mim como um rio. E realmente — na minha imaturidade e falta de crescimento espiritual — não achava que alguém era ungido ao menos que pudesse pregar como uma serra elétri­ca, movendo os braços como um moinho de vento.
Eu não gostava de ensinar. Embora ensinasse na classe de escola dominical da igreja que pastoreava, nada me alegrava mais do que o término da aula da escola dominical de modo que pudesse pregar novamente. Eu detestava tanto ensinar que só olhava a lição que devia ensinar 45 minutos antes do início da aula.
Fiz um trabalho razoável. A classe cresceu e as pessoas eram abençoadas. Mas ficava tão satisfeito quando a mesma terminava, que respirava aliviado e dizia: "Obrigado, Se­nhor, que terminou até a semana seguinte." Eu não gostava de ensinar. Não fazia parte de mim.
Mas numa tarde de uma quinta-feira em junho de 1943, na casa pastoral daquela igreja, enquanto caminhava pela sala para o quarto, às três horas da tarde, subitamente algo foi implantado dentro de mim.
A melhor maneira que sei de explicar o que aconteceu é dizendo que foi como se uma ficha telefônica fosse colocada dentro de mim. Você pode ouvir a ficha cair dentro do telefone. Quase pude ouvir o que foi colocado em mim. E sabia que podia senti-lo. Algo foi implantado em mim. Veio do céu.
Parei e fiquei imóvel, porque o Espírito de Deus estava sobre mim. E, sem pensar, estas palavras fluíram de minha boca: "Agora posso ensinar." Eu sabia o que era pelo Espírito de Deus. Era um equipamento divino. Era uma capacitação divina para ensinar.
Eu gosto de experimentar as coisas — é parte de minha natureza. De modo que comecei a exercitar o dom de ensino nas reuniões de quarta à tarde. Comecei exercitando-o so­mente naquela reunião. Seis a oito mulheres reuniam-se regularmente às quartas-feiras às 2:30 da tarde para orar.
Elas eram as guerreiras de oração que carregavam os fardos de muitos outros. Continuamos a orar, mas também comecei a ensinar sobre outros assuntos, exercitando o dom de ensino.
Nunca fiz nenhuma propaganda pública daquela reunião. As pessoas sabiam que as senhoras vinham e oravam, mas nunca mencionei no púlpito que tinha começado a ensinar. Contudo, aquelas mulheres disseram aos seu maridos o que estava acontecendo. Alguns deles tiravam licença em seus serviços para virem àquela reunião. Disseram a outros. O público cresceu. Logo o templo estava cheio às 2:30 horas da tarde de quarta-feira — e não se via algo assim naqueles dias.
Aquilo me surpreendia. Às vezes movia minha cabeça maravilhado porque uma unção maior permanecia sobre mim quando permanecia ensinando calmamente do que quando pregava no topo de minha voz, agitando os braços como um moinho de vento.

G. Um mestre não é um mestre meramente por habilidade natural ou inclinação natural ao ensino.
1. A inclinação e a capacidade natural podem fornecer um pano de fundo para este dom - porém o dom de ensino não é um dom natural; é um revestimento divino para ensinar a Palavra de Deus.
a. Conheci pessoas que eram professores antes de nascerem de novo. Então foram salvas e cheias do Espírito e torna­ram-se professores capazes de classes bíblicas em suas igrejas. E era certo que assim o fizessem. Mas isto não é o dom do ministério de ensino em demonstração.

H. Nenhum ministério de ensino no poder do Espírito é seco! Ele comunicará rios de água viva.
1. Paulo descreveu o ministério de ensino como aquele que rega.

1 CORÍNTIOS 3.6-9
6 Eu plantei, APOLO REGOU; mas o crescimento veio de Deus.
7 De modo que nem o que planta é alguma coisa, NEM O QUE REGA, mas Deus que dá o crescimento.
8 Ora, o que planta e O QUE REGA são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho.
9 Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.

a.  Um ministro do Evangelho estava ministrando em uma área dos Estados Unidos famosa pelas estufas de plantas e viveiros. Um cavalheiro idoso da igreja convidou o ministro visitante para ver a estufa onde cultivava as plantas. O ministro ficou surpreendido com o que viu. Ele disse: "Nunca vi um crescimento tão exuberante."
Dois anos mais tarde o ministro voltou à área. Pediu para ser levado à estufa novamente. "No momento em que entrei," ele disse, "pude ver que alguma coisa estava errada." Ainda era a mesma estufa. Tinha os mesmos tipos de plantas. Mas elas não eram tão exuberantes. Havia uma diferença notável.
"Não é como era há dois anos. O que aconteceu?" ele perguntou aos criados. Eles sabiam o que estava errado, e responderam: "O cavalheiro idoso que cuidava das plantas e as regava corretamente morreu. Agora temos outra pessoa fazendo isso."
b.  Muitas obras de Deus foram arruinadas porque o processo de irrigação não estava lá para encorajar as pessoas a permanecerem na graça de Deus e para tornarem-se um belo jardim no Senhor.
c.   Quando o processo de irrigação isto é, o ensino da Palavra de Deus é por meio de um dom do ministério chamado e equipado para ensinar, ele refrigerará e reavivará as pessoas, da mesma forma que uma planta fica fresca e refrigerada quando é regada.
d.  Se o ensino não renova, refrigera e reaviva, então não é feito no poder do Espírito.
2. Apoio era um mestre. A Bíblia diz que "ele os auxiliou muito".

ATOS 18.27
27 Querendo ele percorrer a Acaia, animaram-no os irmãos, e escreveram aos discípulos para o receberem. Tendo chegado, auxiliou muito aqueles QUE mediante a graça haviam crido;

a.  Estas pessoas já tinham crido na Palavra pela graça — já eram salvas.
b.  Colocando o seu dom de ensino em operação, Apoio as auxiliou muito.
I. Divisões podem ser causadas pela incredulidade e dureza de coração, mesmo quando o ensino é no poder do Espírito basea­do na Palavra de Deus.
1. No ministério de Jesus isso aconteceu. Não aceitaram seu ensino. Numa ocasião a Bíblia diz: A vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele (Jo 6.66).
J. Um verdadeiro mestre do evangelho da paz nunca irá ensinar o erro doutrinai que irá dividir o Corpo de Cristo. Ele não irá causar divisão devido ao que ensina.

K. Contudo, não podemos abrir mão dos princípios elementares da doutrina de Cristo.
1. Em Hebreus 6.1,2 temos os princípios elementares da dou­trina de Cristo. Essas coisas são fundamentais e não podem ser comprometidas.
a.  Arrependimento de obras mortas
b.  Fé em Deus
c.  Ensino de batismos
d.  Imposição de mãos
e.  Ressurreição dos mortos
f.   Juízo eterno

L. Outras coisas não são fundamentais e você não quer causar divisão.

M.Use de sabedoria
1. Não tente converter todos os cristãos à mensagem da fé pela sua força. Alguns nunca a aceitarão. Ame-os de qualquer maneira, porque o Senhor os ama e não esquecerá deles.

N. O trabalho de um mestre é edificar, não despedaçar.
1.  Cristo deu os mestres para a edificação (construção) do corpo de Cristo (Ef 4.11,12).
2.  Edificar significa construir. Ele não deu os mestres para dividir o corpo.
a.  Se você vê algo que está causando divisão — mesmo que seja verdade — deve abrir mão daquilo.
b.  Paulo disse à igreja de Corinto e aos cristãos hebreus, com efeito: Há algumas coisas que eu gostaria de dizer-lhes, mas vocês não poderiam suportar, deforma que não direi a vocês (1 Co 3.1,2; Hb 5.11-14).
Ele ainda os amava; Eles eram nenês. Eles precisavam crescer.
O. Os mestres devem sempre estar abertos e prontos para receber novas revelações da verdade da Palavra de Deus.
1.  A revelação marca o ministério de mestre.
2.  Seja dócil. Eu não ouviria um mestre que não quer ser ensinado.
3.  Mantenha seu coração e mente humildes.
4.  Mantenha uma mente aberta e esteja sempre pronto para aprender.
5.  Não seja um "sabe tudo".
a.  Ainda estou aprendendo, assim como você também está aprendendo. Não seria terrível se tudo o que soubéssemos fosse só o que sabemos hoje?
b.  Deus tem me trazido a revelação da verdade pela Sua Palavra, e quando ela vem sinto-me tão tolo que digo a minha esposa: "maravilha-me saber o quanto fui tão estúpido."
c.  Quanto mais você aprende, mais você vê que sabe pouco.
d.  Um grande e sábio homem de Deus, W. I. Evans, costu­mava dizer: "Sabemos muito pouco. Quanto mais apren­demos, mais vemos que pouco sabemos."
P. Aqui está uma revelação que o Senhor me trouxe. De fato, Jesus disse-me numa visão quando apareceu-me em fevereiro de 1959 e falou-me sobre quais eram os meus ofícios (profeta e mestre). Aquilo me surpreendeu profundamente. E ainda pro­vou-me pela Palavra.
Primeiro, Ele me disse que eu havia desarrumado meu ministé­rio ao colocar o ministério de ensino em primeiro lugar. Tinha que colocar o ministério de profeta em primeiro lugar.
Então Ele explicou que em todas as três ocasiões na Palavra onde os ministérios do profeta e do mestre são mencionados, o ministério do profeta é sempre mencionado primeiro.
1.  A uns Deus estabeleceu na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres, de­pois operadores de milagres, depois dons de curar, socor­ros, governos, variedades de línguas (1 Co 12.28).
2.  ... E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres (Ef 4.11).
3.  Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão por sobrenome Niger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo (At 13.1).
Jesus disse: "O ofício de mestre na igreja é mais importante do que a operação de milagres e os dons de curar."
Então Jesus explicou o que queria dizer com isto. O mestre é mais importante para a Igreja - para aqueles que já são salvos. Pois é, a operação de milagres ou dons de cura com freqüência indicam o ofício do evangelista, que não é para a Igreja, mas para o pecador.
Para a igreja, o ensino é mais necessário porque os santos precisam ser ensinados, edificados, e amadurecidos pelo ensino da Palavra. Além disso, a operação de milagres e os dons de curar (ou qualquer dom espiritual) nunca firmam um cristão na fé. Mas ensinar a Palavra firmará.
Alguns acham que o dom ministerial de ensino é um chamado inferior. Não é. Lembre-se: todos nós precisamos uns dos outros.
Retirado e adaptado do Livro: Os dons do Ministério, de Kenneth Hagin (Obs - nem toda a doutrina ensinada e aplicada por Kenneth Hagin nós concordamos. Entretanto, quanto aos dons do ministério é um dos melhores textos escritos, pois os cargos ministeriais foram, basicamente, estabelecidos em Efésios e isso significa IGREJA APOSTÓLICA, NEO-TESTAMENTÁRIA e quase não se ensina a respeito desse tema)


ORIGINAL:
"The Ministry Gifts" Kenneth Hagin Ministries
P. O. Box 50126 Tulsa.OK 74150-0126
Traduzido do Original em Inglês "The Ministry Gifts" por: Rogério Lima Clavello e Maria de Lourdes Magalhães d'Almeida

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