sábado, 12 de outubro de 2013

Fator ENOQUE



Diz a Palavra de Deus, em Gênesis 5.24, quando discorre a história de um homem chamado Enoque: “E andou ENOQUE com Deus e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou”.
“E destes profetizou também ENOQUE, o sétimo depois de Adão, dizendo: eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos.” Judas, versículo 14.
Enoque é mencionado na Bíblia somente nessas duas passagens e em Hebreus 11 verso 5, onde se fala dos heróis da fé. Ali está escrito que Enoque agradou a Deus. A Bíblia fala muito pouco de Enoque, mas as coisas que descreve a respeito desse homem só são coisas boas, como “andou com Deus”, “agradou a Deus”, “Deus o tomou para si”, entre outras.
Apesar de quase nenhuma referência sobre esse homem, pode-se compreender sua importância e que existe atrás de sua vida uma forte simbologia, ao ponto de ele ser mais citado no Novo do que no Velho Testamento.
No texto de Judas, verifica-se que Enoque era ou foi em algum momento um profeta de Deus, pois o texto mostra que Enoque profetizou. Acontece que, em Gênesis, no texto que fala da vida de Enoque, não há nada que mostre que ele profetizava, a não ser que ele ANDOU com Deus. Percebe? Ele ANDOU com Deus. Que maravilha! Nós estamos querendo a cada dia andar com Deus e tem sido difícil e vivemos na época do Espírito Santo. Ele nem sequer sabia do Espírito Santo e ANDOU com Deus. Qual era o segredo desse homem?
Qual outra pessoa a Bíblia mostra ter andado com Deus ao ponto de Deus o tomar para si? Assim, podemos ter noção da importância de Enoque para o Senhor e como ele é importante na questão de ser exemplo de andar com Deus.
Podemos supor que, pelo motivo de ele andar com Deus, Deus o revelava seus mistérios, pois a Bíblia ensina que Deus, pelo seu Espírito, nos revela mistérios, como mostra I Coríntios 2, do verso 7 ao verso 10. No verso 7, fala-se dos mistérios da sabedoria divina e, no verso 10, que Deus revela essa sabedoria por meio de seu Espírito. Assim, de algum modo, Enoque sabia coisas dos mistérios de Deus. Um desses mistérios era o que ele profetizou, conforme Judas 14, referente à segunda vinda de Jesus, no qual ele dizia que Jesus viria com milhares de seus santos.
No Salmo 101.6, está escrito: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra para que estejam comigo. O que anda em um caminho reto esse me servirá.” Veja que Deus procura fiéis para andarem com Ele e o próprio Senhor Jesus disse: “Mas vem a hora e já CHEGOU em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e verdade, pois o PAI procura a tais que assim O adorem.” Isso está no evangelho de João, capítulo 4, versos 23 e 24.
Podemos entender que andar com Deus fala de ser íntimo com Ele, fato que somente ocorre por meio de uma prática de adorar a Deus em espírito e em verdade.
Jesus disse que a hora já chegou, você percebe? Esta hora é a hora da igreja do Senhor Deus. Ele está procurando verdadeiros adoradores. Em nenhuma outra passagem da Bíblia cita essa questão de Deus procurar determinada classe de pessoas.
Ele quer adoradores. A igreja, que nasceu com a morte de Jesus no Calvário (João 12.24), tem hoje o Espírito Santo, que a conduz à toda verdade, conforme revela João 16 verso 13. O Espírito Santo é nosso companheiro na adoração a Deus. Ele é, do grego, “paráclito”, ou seja, auxiliador na mais genuína adoração a Deus.
Repare, então, que ANDAR com Deus fala da adoração em espírito e em verdade. Em espírito fala da comunhão do nosso espírito com o Espírito de Deus e em verdade fala da condução à verdade que o Espírito Santo faz em nossas vidas, que ocorre com a meditação e exame constante das escrituras sagradas.
ENOQUE ANDOU COM DEUS. A IGREJA PRECISA ANDAR COM DEUS. A IGREJA PRECISA SER ENOQUE.
Enoque andou com o Pai. Isto quer dizer que ele aprendeu, de alguma forma, a adorar o Pai e a ter intimidade com o Senhor, mesmo sem ter vivido na época do derramamento do Espírito Santo, como ocorre conosco hoje na Nova Aliança. Nós, hoje, devemos ser enoques. Cada um de nós, como membro do Corpo de Cristo, deve andar com o Senhor, por meio da verdadeira adoração. Assim, você será tomado para Deus!
Vamos analisar um quadro simples que relaciona a genealogia de Enoque com as eras ou dispensações, vividas pelo homem desde sua criação. Ora, quando Judas cita Enoque, ele comenta: “o sétimo depois de Adão”. O que o Judas quis ensinar com isso? Por que o sétimo depois de ADÃO? O que teria isso de importância para nós hoje?
Uma primeira análise é que o sétimo depois de Adão foi aquele que Deus o tomou para si.
Hoje, vivemos no sétimo milênio depois de Adão. Será que somos a geração “ENOQUE”? A geração que Deus tomará para si?
Será apresentado nesse capítulo, mais à frente, o quadro das eras ou dispensações, elaborado a partir de uma pesquisa na Bíblia de Referências THOMPSON  e em outras referências teológicas. O que importa sobre esse quadro é que ele se fundamenta em uma doutrina teológica conhecida por Dispensacionalismo, mas não a representa cabalmente. Trata-se, portanto, de uma concepção inexata, mas que serve de base para um bom raciocínio quanto ao momento do arrebatamento da igreja de Cristo.
O movimento chamado de Dispensacionalismo surgiu em meados do século passado na Inglaterra, através do grupo que levou o nome de Irmãos ou Irmãos de Plymouth, por ter nesta cidade seu quartel general. Seu principal expoente foi John Nelson Darby (1800-1882), um irlandês que, insatisfeito com a Igreja Anglicana, da qual era ministro (cura), juntou-se ao grupo dos Irmãos em 1827. Por volta de 1830 Darby já era o principal líder dos Irmãos, dada a sua capacidade de organização e a sua proficiência em escrever. A característica principal desse grupo foi a ênfase que deu às reuniões semanais de estudo bíblico e celebração da Ceia do Senhor, associada a um desprezo por qualquer tipo de organização denominacional ou forma de culto. Os Irmãos rejeitavam qualquer sistema clerical ou de classe ministerial, insistindo que estavam regressando à forma simples de culto e governo eclesiástico dos apóstolos.
Embora não fosse o tema principal no começo, não tardou para que a doutrina da volta de Cristo ocupasse o centro dos estudos e, com ela, surgisse com grande ímpeto o desenvolvimento de um novo modelo de interpretação bíblica. Darby e seus seguidores passaram a alardear que haviam “redescoberto verdades” que foram desconhecidas ao longo de toda a história, desde os dias apostólicos, as quais teriam ficado à margem do ensino tradicional do Cristianismo histórico. Fazia parte desse novo modelo aquilo que passou a ser chamado até hoje, nos círculos dispensacionalistas, de “interpretação literal das profecias” e de que devemos também nos ocupar neste trabalho.
Esse novo modo de interpretação bíblica, especialmente de profecias, ganhou popularidade rapidamente nos círculos evangélicos, graças ao grande trabalho de divulgação que dele foi feito pelo próprio Darby e por seus seguidores, e graças, principalmente, ao grande volume de livros, panfletos e artigos sobre o assunto que foram, desde então, escritos e ainda continuam sendo. Grandes movimentos, como o das Conferências Evangelísticas de Dwight L. Moody, eram virtualmente controlados por dispensacionalistas.1 A escola fundada por Moody, que passou a chamar-se Instituto Bíblico Moody, assim como diversas outras escolas teológicas, como o atual Seminário Teológico de Dallas, passaram a ser verdadeiros centros de doutrinação dispensacionalista, nos Estados Unidos. O mesmo se dá hoje no Brasil, especialmente com os institutos bíblicos chamados de interdenominacionais, de modo geral.
Outro fator que muito contribuiu para a difusão do pensamento dispensacionalista foi a publicação da chamada Bíblia de Referência de Scofield, em 1909, a qual já vendeu mais de dois milhões de cópias desde então. A Bíblia de Scofield ou, mais corretamente, a Bíblia de Referência de Scofield é, na verdade, uma edição da Versão King James, com anotações feitas por Scofield, na linha de interpretação dispensacionalista. William E. Cox afirma que “o pai do Dispensacionalismo, Darby, assim como seus ensinos, provavelmente não seriam conhecidos hoje, não fosse por seu devoto seguidor, Scofield”. Esta declaração, baseada em pesquisa feita pelo autor citado, dá bem uma idéia da influência que Scofield exerceu, especialmente através de sua “Bíblia”, na propagação do Dispensacionalismo.
O Dispensacionalismo não se constitui propriamente numa denominação e, embora tenha surgido com os Irmãos, que são hoje um pequeno grupo, não se restringe a eles nem a qualquer denominação, em particular. Há dispensacionalistas hoje em, praticamente, todos os ramos do protestantismo e até naqueles onde a sua presença representa uma negação de certos princípios doutrinários distintivos, como no caso do Presbiterianismo, por contraditório que possa parecer.
Acreditamos que não há presbiterianos dispensacionalistas, mas certamente há dispensacionalistas presbiterianos. No primeiro caso estamos usando a palavra “presbiteriano” com conotação teológica e, no segundo, com conotação denominacional. O Dispensacionalismo tem sido, geralmente, confundido com o Premilenismo, mas não são a mesma coisa. Todo dispensacionalista é, necessariamente, premilenista, mas nem todo premilenista é necessariamente dispensacionalista.
Embora a palavra “dispensação” signifique literalmente “administração” ou “mordomia” (derivada de oikonomia-Ef. 3. 2), ela é empregada pelos dispensacionalistas para designar “um período de tempo durante o qual o homem é testado quanto à sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus”, segundo a própria definição de Scofield (que é a mesma do “Dicionário Aurélio”). É dito que cada uma dessas dispensações termina com o fracasso humano e o inevitável juízo de Deus.
Diz Scofield:
Esses períodos se distinguem nas Escrituras por uma mudança no método divino de tratar a humanidade, ou parte dela, no que se refere a estas duas grandes verdades pecado e responsabilidade humana. Cada Dispensação pode ser considerada como uma prova para o homem natural e termina sempre em juízo, demonstrando assim o seu completo fracasso. Cinco dessas dispensações, ou períodos de tempo, já se consumaram. Estamos vivendo na sexta, cujo término, segundo tudo faz crer, está para breve. A sétima, ou a última, ficará para o futuro.
As chamadas dispensações são as seguintes: 1ª) Da Inocência, que começou com a criação de Adão, e terminou com a sua expulsão do Éden; 2ª) Da Consciência, que começou com a expulsão do Jardim (consciência do bem e do mal) e terminou com o dilúvio; 3ª) Do Governo Humano, que começou com o dilúvio e terminou com a confusão das línguas; 4ª) Da Promessa, que começou com Abraão e terminou com a escravidão no Egito; 5ª) Da Lei, que começou no Sinai e terminou com a expulsão de Israel e Judá da terra de Canaã; 6ª) Da Graça, a atual, que começou com a morte de Cristo e terminará com o arrebatamento da Igreja; 7ª) Do Reino, que começará com a Segunda Vinda de Cristo e terminará com o juízo do Grande Trono Branco - é também chamada de Dispensação do Milênio.

 
Era
(Dispensação)
Significado
Fato relevante do início e do fim de cada era.
Principais Personagens
Genealogia de Enoque
Da Inocência
Não havia pecado. O homem era inocente.
Início: criação do homem
Fim: queda do homem
Adão
Eva
Adão
Patriarcal
O homem passou a ser regulado pelas normas estabelecidas pelos patriarcas, que eram uma espécie de por-
ta-voz de Deus.
Início: chamada de Abraão da terra de Ur  dos caldeus
Fim: entrada e saída do Egito (1706 Ac)
Abraão
Isaque
Jacó/José
Enos
Legal
(Lei Mosaica)
A Lei foi estabelecida e devia ser seguida.
Início: entrega da lei por Moisés (1500 Ac)
Fim: conquista de Canaã
 (1444 Ac)
Moisés
Josué
Calebe
Cainã
Dos Juízes
Mesmo com Lei, Deus estabeleceu um período onde juízes eram governantes e representavam a autoridade dada por Deus.

Início: ações de Otoniel (1394 Ac)
Fim: morte de Samuel
(1095 Ac)
Otoniel/Gideão
Sansão/Samuel
Maalalel
Monárquica
Deus estabelece reis, seguindo-se diversos reinados, a divisão do reino e a dispersão.
Início: de Saul (1095 ac)
Fim: nascimento de Jesus, no ano 0
Saul/Davi
outros
Jarede
 
Era
(Dispensação)
Significado
Fato relevante do início e do fim de cada era.
Principais Personagens
Genealogia de Enoque
Da graça de Deus
A partir da vida de Jesus, Deus estabelece uma outra aliança: a da Graça.
Início: de Jesus (ano 0)
Até: arrebatamento da igreja  (?)
Jesus/Apóstolos
A Igreja
Enoque

O que eu chamo de fator ENOQUE é justamente o fato de que a Igreja hoje vive na sétima dispensação, ou sétima época (era), depois de Adão. É uma figura de Enoque.
Estes períodos são de tal relevância bíblica e histórica que seus inícios e términos são marcados por acontecimentos altamente importantes dentro do contexto bíblico (vide quadro anterior).
Observa-se, no quadro, que Enoque foi a sétima geração depois de Adão, o que, inclusive, é lembrado por Judas, no versículo 14 de sua epístola. Deus tomou para si o que foi sétimo depois de Adão.
Nós, hoje, somos a sétima dispensação depois da dispensação adâmica (da Inocência) e, nós, segundo escreveu Paulo aos tessalonicenses em I Tess 4.17, seremos arrebatados, que nada mais é que sermos tomados para Deus.
Precisamos andar com Deus, como fez Enoque. Só conseguiremos andar com Deus, mediante a FÉ, por intermédio de uma genuína e verdadeira ADORAÇÃO. Essa adoração é aquela que brota dentro de nosso espírito e vai ao encontro do Espírito Santo de Deus.
Isso somente ocorre quando há duas práticas constantes na vida do cristão e que refletirão no seu testemunho e fé. A primeira é a oração no Espírito, que entendemos ser uma oração diferente, em que somos tocados por Deus (individual e secreta), que adora a Deus em segredos da sua glória. A segunda prática é a meditação na Palavra, que ocorre quando realmente examinamos as Escrituras Sagradas (elas nos revelam JESUS - ver João 5.39). Devemos dedicar muito tempo para meditarmos na Palavra de Deus. Não se trata de apenas ler. Meditar é uma prática que leva o cristão a ser um investigador das escrituras, que o leva a memorizar os textos de sua confissão. Meditar é algo mais. É receber as profundas revelações do Espírito Santo ao nosso espírito. Paulo afirmou em I Cor 2. 10, 11 e 12:
“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus”.
Essas duas práticas são as principais. Sem elas as outras se tornam vazias, sem efeito algum.
Nunca poderemos abandonar outras práticas que revelam nosso nível de adorador. Não se trata de adorar com canções em determinadas reuniões como muitos tentam ensinar. Adorar é viver no Espírito, é estar em Deus. Sejamos adoradores. As práticas que não podem faltar em sua vida, além das duas que são basilares, são, entre muitas outras:
- adorar com os dízimos e ofertas alçadas (não dar esmolas);
- adorar com os louvores individuais e coletivos;
- adorar com as visitas aos necessitados (órfãos, viúvas, doentes.);
- adorar com o evangelismo individual e em grupo;
- adorar fazendo discípulos;
- adorar com a obediência aos pastores;
- adorar com a humildade;
- adorar com os jejuns;
- adorar com a comunhão da igreja;
- adorar com a freqüência aos cultos;
- adorar com a participação no corpo, ou seja, na obra;
- adorar com os trajes que se vestem;
- adorar com as palavras que são pronunciadas;
- adorar com a saúde física;
- adorar com a honestidade;
- adorar com a compaixão aos pecadores e sofredores;
- adorar com o comprometimento com a obra (sua igreja);
- outras formas de adorar.
Portanto, meu amado, seja um Enoque. Esteja desafiado a ser um Enoque. Ande com Deus, pois isso é a coisa mais importante de sua vida. Andar com Deus nada mais é que estar se preparando para deixar uma vida material nesta terra a fim de entrar em uma vida espiritual e incorruptível na mansão celestial. Andar com Deus é estar pronto para encontrá-lo. Como você se auto julgaria hoje ao ler essas palavras. Andas com Deus ou com suas próprias vontades? Andas com Deus e pronto para ir morar com Ele ou andas segundo seus conceitos, mas sem convicção alguma que irás morar com Deus? Como andas?
Finalizando essa mensagem, faço menção ao que o Senhor diz por meio do salmista no livro dos salmos no verso 6 do capítulo 101:
“Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.”

Autor: Aureo R Vieira da Silva
Texto retirado do livro de sua própria autoria: “Ele Virá” – publicado e comercializado pelo Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP)

Esta mensagem pode ser usada, impressa, republicada, mas qualquer que seja o uso deve-se citar a fonte.

Se quiser receber nossas pregações diretamente em seu e-mail, siga-nos por e-mail e todas as vezes que uma nova mensagem for postada ela irá automaticamente para sua caixa postal.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comments system