domingo, 3 de novembro de 2013

O que mudou no Brasil com o aumento de evangélicos?



 Recordo-me quando, algum tempo atrás, devido á influência nefasta de doutrinas confessionais, podia se ver grandes outdoors com dizeres do tipo: “O BRASIL É DO SENHOR JESUS”, “ESTA CIDADE PERTENCE A JESUS”, etc etc. Ocorre que não houve evangelização, não houve derramamento de chuvas dos céus e, infelizmente, não sendo assim a igreja não mudou e sequer influenciou a sociedade brasileira.
Fico observando o que muitos líderes dizem, arrogantemente, sobre o número de evangélicos no Brasil. Se observarmos o último censo geral do IBGE, há, de fato, um aumento significativo no número dos que se declaram evangélicos. Observemos, in verbis, o texto a seguir, retirado do site do IBGE:
“O número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo Demográfico divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em 1991, o percentual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%.”
O que me espanta nisso é que a percepção, na prática diária de nossas vidas, na essência, é quase nula. Não se tem uma percepção de mudanças de valores na sociedade brasileira em função do aumento de evangélicos.
Outrora, era comum se dizer sobre os católicos algo mais ou menos assim: “fulano é católico, mas não é praticante”. No meio evangélico, isso nunca foi uma bandeira, vez que evangélico era sinal de alguém honesto, íntegro, fiel, correto nos procedimentos, enfim, não se aceitava a expressão “evangélico não praticante”.
O que mais me dói é ver um povo evangélico acéfalo. Um povo sem profetas, um povo sem direção. O que mais me dói é ter a percepção que esse aumento só se deu a partir de um momento que pessoas sem compromisso com outras religiões passaram a frequentar igrejas evangélicas e com isso gerando um aumento no número absoluto. Mas, ao contrário do que deveria ser, esse TAL povo evangélico, infelizmente, não consegue mais fazer a diferença. Se lembrarmos das palavras do profeta Malaquias, quando disse: “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve” (Mal 3.18), podemos inferir que aqui no Brasil ser evangélico ou não ser evangélico é quase a mesma coisa.
Hoje, um evangélico come na mesa do idólatra, canta no palco de Belzebu e Mamom, com dançarinas seminuas, canta na mistura do sagrado e profano, hoje, evangélico faz fila para ir a “show” de outro suposto evangélico, hoje em dia, pastores e mais pastores casam-se e recasam-se e tudo continua bem. Hoje em dia, evangélico usa produtos piratas, frauda impostos (não que sejam justos, mas a Bíblia manda pagar), são desleais, são rebeldes, enfim, hoje não há diferença entre quem serve a Deus, a Jeová verdadeiro, e quem não serve. Hoje, somos tão ou mais pecadores que outros segmentos, pois colocamos no poder político do país, para nos dirigir, pessoas que sempre foram ateístas, pessoas que praticam e defendem a prática do aborto, pessoas que mentem por causas políticas, pessoas sem nenhum pudor, mas que nos cercam e com suas ofertas tem comprado quase que 80% dos supostos líderes evangélicos desta Nação. Que tristeza esse quadro!
Se atentarmos para o que o salmista nos ensinou em seu livro no capítulo 144, do verso 12 ao 15, certamente entenderíamos o que estou dizendo:
“Para que nossos filhos sejam como plantas crescidas na sua mocidade; para que as nossas filhas sejam como pedras de esquina lavradas à moda de palácio. Para que as nossas dispensas se encham de todo provimento; para que os nossos rebanhos produzam a milhares e a dezenas de milhares nas nossas ruas. Para que os nossos bois sejam fortes para o trabalho; para que não haja nem assaltos, nem saídas, nem gritos nas nossas ruas. Bem-aventurado o povo ao qual assim acontece; bem-aventurado é o povo cujo Deus é o SENHOR.”

Eu fico triste a cada ano que se passa, pois não vejo aqui em nosso querido Brasil, a pretexto de bandeiras e ideologias diversas e estranhas à Palavra de Deus, uma Nação como a que o salmista ensina. Se fixarmos nossos olhos em cada palavra do salmista, choraríamos. Na realidade, caminhamos no sentido oposto ao que seria uma Nação cujo Deus é o Senhor.
Hoje, vendo uma Nação cujos deuses são a desonestidade, a impureza, canais de TV, líderes religiosos (aqui incluídos os deuses evangélicos, como os apóstolos, os bispos, os pastores “showman”, os cantores e tantos outros que são idolatrados a ferro e fogo), vendo uma Nação que usurpa dos pobres, que mata bebês, que endossa as relações ilícitas contrárias à natureza (Rm 1.26), e tantas outras, só posso dizer uma coisa: O BRASIL AINDA NÃO É DO SENHOR JESUS!.

Pr Aureo Ribeiro V da Silva

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